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Fama de marrento e apelido de Pelezinho: quem é a nova aposta do Palmeiras

Patrick de Paula fez seu primeiro jogo como profissional do Palmeiras nesta semana, já como titular - Marcello Zambrana/AGIF
Patrick de Paula fez seu primeiro jogo como profissional do Palmeiras nesta semana, já como titular Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

17/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Patrick de Paula começou no futebol em torneios amadores do Rio de Janeiro
  • Ele passou em teste no Palmeiras, mas voltou para casa por um mal-entendido
  • Quando amador, fez um gol de falta após avisar o goleiro que a barreira estava errada
  • Aos 20 anos, o volante estreou como titular na última quarta-feira (15)

Patrick de Paula saiu dos campos de terra para o time titular do Palmeiras em um período de três anos. Novidade de Luxemburgo nesta pré-temporada, o volante se destaca pelo perfil de liderança e pela precisão nas cobranças de falta, qualidades forjadas nos campeonatos amadores do Rio de Janeiro. A história do jogador de 20 anos tem relatos de um gol impensável, uma fama injusta e um mal-entendido que por pouco não impediu sua trajetória no Alviverde.

Nascido no Rio de Janeiro, ele cresceu no bairro de Santa Margarida (zona oeste da cidade) e ali mesmo virou jogador, passando por projetos de futebol da região, como o AESC Mamaô, o Mário Lombardi e o Cara Virada.

Habilidoso e determinado, o meio-campista recebeu o apelido de Pelezinho. Jogava no chamado Campo do Carecão e tentava a sorte em peneiras dos grandes clubes cariocas, sem sucesso. Até que o Palmeiras se interessou durante um campeonato amador de 2017 e convidou Patrick para um teste. A princípio deu tudo certo, mas o jogador voltaria para casa pouco depois.

Patrick de Paula - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Patrick era destaque do time amador do bairro em que cresceu, no Rio de Janeiro
Imagem: Arquivo Pessoal
"Ele era muito ligado ao bairro, tinha só 17 anos, então é difícil. Nós temíamos que ele não quisesse ficar no Palmeiras, mas era só um mal-entendido", conta Carlos Felipe, o Zanata, atual secretário e um dos fundadores do Cara Virada, para quem tudo não passou de uma falha de comunicação.

Patrick passou na peneira do Palmeiras, mas o time sub-20 estava saindo de viagem para um torneio na Europa. Então, um treinador pediu que ele esperasse alguns dias no alojamento, até que o elenco voltasse. O caso é que o volante entendeu que não seria utilizado, decidiu arrumar suas coisas e ir embora. Foi só depois de tomar uma bronca de amigos que Patrick de Paula foi readmitido e passou a treinar no primeiro clube de sua carreira.

O meio-campista chegou a ter fama de marrento na adolescência, mas olhando de perto Carlos Felipe percebeu que era só confiança e espírito de liderança. "Ele já sabia onde queria chegar", conta.

Certa vez, posicionado para cobrar uma falta, o volante resolveu dar um conselho de amigo ao goleiro adversário que tinha acabado de montar a barreira. "Ele mandou arrumar de novo, porque estava errada", lembra Carlos Felipe. Pois o goleiro armou a barreira de novo, mas não adiantou: Patrick fez um golaço. "Ele é do estilo antigo, joga tirando onda, para incomodar o adversário."

Patrick de Paula - Rafael Ribeiro/Florida Cup - Rafael Ribeiro/Florida Cup
Patrick estreou jogando 45 minutos ao lado de Bruno Henrique e teve atuação boa
Imagem: Rafael Ribeiro/Florida Cup
O jogo de Patrick de Paula deslanchou no Palmeiras. Ele caprichou nos gols de falta durante a passagem pelo sub-20, jogou a Copinha do ano passado e há seis meses foi alçado ao profissional pelo técnico Mano Menezes. Nesta semana, estreou como titular contra o Atletico Nacional (COL), na Florida Cup. Não rendeu tudo o que pode, mas já deu bons sinais.

"A hora em que ele se soltar no profissional, com solidez, aí vão ver", projeta Carlos Felipe, empolgado. "Ele é rápido, muito habilidoso e cobrador de faltas, tem um chute de longa distância de muita qualidade", elogia.

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