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Brasileiro perde festas, mas pode fazer história no Japão com Iniesta

Andrés Iniesta cumprimenta brasileiro Dankler após gol do Vissel Kobe - Divulgação
Andrés Iniesta cumprimenta brasileiro Dankler após gol do Vissel Kobe Imagem: Divulgação

Do UOL, em Santos (SP)

27/12/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Vissel Kobe, time de Iniesta no Japão, está na final da Copa do Imperador
  • Com isso, jogadores não poderão passar as festas de fim de ano com a família
  • Jogo, contra o Kashima Antlers, de Zico, acontece em 1º de janeiro de 2020
  • Time tem Iniesta, Villa e Podolski, além dos brasileiros Dankler e Wellington Tanque
  • "Dessa vez vamos relevar perder as festas no Brasil", brinca Dankler, ex-Botafogo

O dia 1º de janeiro de 2020 pode se tornar o mais especial da história do Vissel Kobe. O time, que conta com astros como Iniesta, Podolski e David Villa, disputará a primeira final desde a sua fundação, em 1966. O jogo contra o tradicional Kashima Antlers é único e vale a taça da Copa do Imperador, segundo título mais importante do futebol japonês - atrás só da J-League.

Enquanto o Kashima, que tem o Galinho Zico como diretor técnico, busca o sexto título do torneio. E quem vive esse momento bem de perto é o zagueiro Dankler, formado na base do Vitória e ex-Botafogo. Aos 27 anos, ele chegou ao time japonês no começo do ano, após passar pelo Vitória de Setúbal, de Portugal.

Desde então, foram 33 jogos, todos como titular. Uma experiência única de jogar ao lado de grandes craques, especialmente o ex-Barcelona Andrés Iniesta.

Brasileiro Dankler, do Vissel Kobe, abrace o companheiro Andrés Iniesta - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

"É o jogador mais extraordinário que já vi de perto. Ele tem uma qualidade absurda, visão de jogo espetacular, é o jogador mais espetacular com quem já atuei. Poder dividir vestiário, lutar em campo junto, é uma honra. Ele tem uma visão ampla, enxerga jogadas que ninguém espera, faz coisas que jogador comum não faz... Sempre faz o imprevisível. Além de tudo, Iniesta é uma excelente pessoa, um excelente companheiro. Pude aprender bastante com ele nessa temporada. A forma que ele vê o jogo, o pequeno espaço para o passe, que ninguém espera, realmente esse cara é um absurdo jogando", conta Dankler.

"Tenho aprendido bastante com ele. Ele dá muitos conselhos a todos os jogadores, sobre o jogo, sobretudo, por tudo que conquistou, pelo que representa para o futebol, é um exemplo como profissional. Fico feliz de estar vivendo esse momento profissional ao lado dele", acrescenta Dankler, que tem o atacante Wellington Tanque, ex-Internacional, como compatriota no elenco do Vissel.

Sem Natal e sem Ano Novo

A vitória sobre o Shimizu S-Pulse por 3 a 1, na semifinal da Copa do Imperador, com gol e assistência de Iniesta, na madrugada do último sábado (21), representou para os jogadores do Vissel adiar o fim da temporada e, com isso, 'perder' as festas de fim de ano. Mas tudo por uma boa causa, como conta Dankler. O zagueiro, inclusive, brinca ao dizer que nenhum familiar 'secou' o time para que sua ida ao Brasil acontecesse a tempo da celebração do Natal e do Ano Novo.

"Abrimos mão do Natal e do Ano Novo com a família de uma forma muito positiva [risos]. Por isso vale a pena. Estamos brigando por algo grande, um título, podendo fazer história. Acho que dessa vez vai ter um gostinho especial esse fim de ano longe. Fizemos questão de estar aqui. É por uma causa maior, buscando um título, então dessa vez vamos relevar perder as festas no Brasil [risos]. Os familiares estavam torcendo por mim, ninguém secou, não [risos]. Torceram para eu ficar mais um pouco e voltar ao Brasil no dia 3 [de janeiro] com esse título, concretizando um ano maravilhoso. Aí sim poderei curtir a família e os amigos de uma forma muito mais feliz", diz.

"Todos no clube estão em busca dessa conquista. Esperamos entrar para a história do Vissel Kobe. Na verdade, já fizemos história, pois essa é a primeira final que o clube disputa, em tantos anos de existência. Mas queremos mais. Esperamos coroar o ano de uma forma positiva. Vamos em busca desse título para que todos possam escrever o nome na história do clube e também aqui no Japão, pois será algo muito especial", completa o zagueiro que tem contrato com o Vissel até o fim de 2020.

Brasileiro Dankler, do Vissel Kobe - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

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O Kashima Antlers, adversário da final, tem Zico como diretor do clube. Falam muito dele e da importância dele ao futebol do Japão desde que você chegou? Teve algum contato?

O Kashima Antlers será um grande adversário. É um clube que tem história no Japão, tem um grande ícone como diretor, referência do futebol japonês e mundial, com certeza vai passar a experiência como atleta e dirigente, pois conhece muito bem o futebol japonês. O Kashima será um adversário difícil, e esperamos proporcionar um grande espetáculo. Quando eles jogaram aqui em Kobe, tive contato com o Zico, pude estar com ele, conversar um pouco... É uma grande referência para todos nós jogadores brasileiros. Ficarei feliz de poder reencontrá-lo mais uma vez, agora em uma grande decisão.

Qual o balanço que faz da sua primeira temporada no Vissel e essa chance de já terminar com uma conquista?

Dankler, zagueiro brasileiro, cumprimenta David Villa, companheiro de Vissel Kobe - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Quando cheguei ao Vissel Kobe, falei que o atleta fica marcado por títulos, conquistas, que tinha vindo para isso. Eu vim para fazer história no Vissel, no Japão e, graças a Deus, estamos conseguindo esse feito. Fizemos história por levar a equipe à primeira final de sua existência. Para mim, foi um ano espetacular. Já venho há dois, três anos atuando bem, com regularidade, antes na Europa, agora no Japão... Aqui cheguei e pude me adaptar rapidamente, ajudando da melhor maneira possível. Sempre entro em campo para dar meu melhor, dar meu máximo. Fico muito feliz pelo ano que venho fazendo individualmente, então espero poder coroar tudo com esse título. Vou dar tudo de mim, junto aos meus companheiros, para poder fechar esse ano com o título. Na verdade, vai ser iniciar o ano com título, né [risos]? Se Deus quiser, vai dar tudo certo e poderemos escrever nossos nomes na história do futebol japonês.