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Quais serão as urgências no Cruzeiro após resolver futuro de Wagner Pires

Clube mineiro terá uma série de pendências urgentes para começar a resolver neste final de temporada - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Clube mineiro terá uma série de pendências urgentes para começar a resolver neste final de temporada Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

19/12/2019 04h00

É apenas uma questão de tempo para que o Cruzeiro oficialize a renúncia coletiva do presidente Wagner Pires de Sá e seus dois vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata. O Conselho Deliberativo deu um passo importante e já começou a redigir os termos de ajuste para a renúncia do trio. Agora, um comitê gestor será formado para administrar a entidade até uma nova eleição ser realizada. Ainda em formação, esse novo grupo encontrará uma série de problemas no Cruzeiro, alguns urgentes que precisam ser resolvidos o mais rápido possível.

Em péssima situação financeira, o primeiro desafio do Conselho Gestor será recolocar as contas em dia. Nos últimos meses, não só jogadores, mas funcionários do clube, da sede administrativa e dos centros de treinamentos também passaram a ficar com os salários atrasados. Levantar verba e pagar os atrasados é o primeiro passo.

Paralelo a isso, será necessário enxugar bem os gastos, sejam eles com as despesas do futebol ou do departamento administrativo. Com uma folha superior a do Flamengo, o Cruzeiro quer diminuir seus gastos em pelo menos 50%. Para isso, terá que sentar separadamente com cada jogador e entrar em um acordo para diminuir os salários ou negociá-los no mercado da bola.

Como muitos dos problemas no Cruzeiro giram em torno da falta de dinheiro, integrantes do novo conselho gestor terão que utilizar suas habilidades para ajudar a recuperar a credibilidade do clube. Por isso, a Raposa quer ter por perto empresários importantes como Pedro Lourenço, da rede Supermercados BH, e Emílio Brandi, do grupo Nova Safra. A presença deles será essencial para angariar recursos com parceiros e futuros patrocinadores, assim como negociar pendências com outros prestadores de serviços.

Mesmo que o Cruzeiro já tenha Márcio Rodrigues como novo homem forte do futebol, o novo vice-presidente de futebol só poderá traçar melhor o planejamento para 2020 (principalmente para contratar atletas) depois de ter um conhecimento maior sobre o que entrará em caixa. Até o momento, o clube não tem qualquer expectativa de receita imediata, e já adiantou parte das receitas para o ano que vem.

Apesar dos sinais alarmantes de uma situação financeira dramática, é essencial que as contas sejam abertas para o conhecimento geral, já que nem mesmo os dirigentes de dentro do clube possuem real dimensão do tamanho da dívida. Somente a partir daí é que será possível colocar o plano de recuperação em prática.

Por fim, os futuros administradores do Cruzeiro terão outros desafios não menos importantes. Um deles é centralizar os serviços e as demandas, já que em ocasiões recentes não foi possível saber quem falaria pelo clube ou tomaria determinadas decisões.

Reestabelecer essa estrutura e pacificar os bastidores também serão necessários para evitar novos conflitos internos, assim como reforçar os laços com o torcedor para iniciar a volta por cima no ano mais difícil da história celeste.

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