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Abel já trocou PSG pelo Cruzeiro e quer transformar gratidão em resultados

Treinador recebeu a camisa de número 81, referência ao ano que chegou para ser zagueiro do Cruzeiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Treinador recebeu a camisa de número 81, referência ao ano que chegou para ser zagueiro do Cruzeiro Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

29/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Como zagueiro, Abel Braga deixou o PSG e foi jogar no Cruzeiro na temporada de 1981
  • Sua estreia como jogador da Raposa foi marcada por uma expulsão que prejudicou ainda mais seu joelho
  • Abelão nunca treinou o Cruzeiro e agora chega para afastar a equipe da ameaça do rebaixamento

Demorou 38 anos, mas Abel Braga está de volta ao Cruzeiro. Sem nunca ter comandado a equipe como treinador, Abelão ainda guarda algumas lembranças de 1981, quando deixou o PSG, da França, e fez as malas para Minas Gerais. Naquela ocasião, o clube celeste foi responsável por reabrir as portas para o então zagueiro, que buscava um recomeço. Hoje, ele quer transformar essa gratidão em resultados. Afinal de contas, é disso que mais precisa o Cruzeiro no momento, ocupando a zona de rebaixamento do Brasileirão.

"Estou extremamente contente. Muitos de vocês não eram nascidos, mas eu, depois de dois anos no PSG, tive uma contusão e quis regressar ao Brasil e o Cruzeiro abriu as portas para mim, isso em 1981. E sempre ficou essa dívida, sempre ficou a vontade, que por três vezes não se concretizou. Quem me convidou essas três vezes foi o Eduardo Maluf (ex-diretor de futebol). Nesta oportunidade, é como se estivesse pagando alguma coisa. Mas eu não quero pagar só na gratidão, quero pagar com resultado. Sei medir o peso da camisa do Cruzeiro, o tamanho do clube e a capacidade individual de cada jogador", comentou o treinador na tarde de ontem, no momento de sua apresentação.

Abel assinou contrato com o Cruzeiro até o final de 2020, mas o treinador só tem olhos para 2019 por enquanto. Com os 19 pontos do Cruzeiro nas primeiras 21 rodadas, a tarefa do comandante é dar uma injeção de ânimo no elenco e recuperar o bom futebol a ponto de pelo menos evitar a queda para a segunda divisão. Para a partida de amanhã, contra o Goiás, pouco se verá do trabalho do técnico dentro de campo. Por isso, os primeiros efeitos de sua chegada deverão ser vistos no próximo final de semana, no Mineirão, contra o Internacional, ex-equipe de Abel e com a qual ele foi campeão mundial em 2006.

A passagem de Abel pelo Cruzeiro foi o início do fim da carreira de Abel como jogador. Ele começou a jogar futebol no final da década de 1960. O PSG foi sua única equipe fora do país. Apesar dos dois anos vividos na Toca da Raposa, o zagueiro não teve seu valor de compra totalmente pago pelos mineiros, e o Botafogo precisou arcar com a dívida quando levou o defensor para o Rio de Janeiro. Abel jogou na equipe carioca por mais dois anos antes de ir para o Goytacaz, também do Rio, onde encerrou a carreira.

Expulso na estreia

Abel fez 26 partidas pelo Cruzeiro, marcou três gols e foi expulso por três vezes. A primeira delas ocorreu logo na estreia. Jogando contra o Valeriodoce, em julho de 1981, Abel levou uma pancada no joelho machucado, revidou e acabou levando o vermelho. O técnico lembrou o lance com bom humor.

"Teve um jogo no Mineirão que o cara me deu uma porrada no joelho que não estava 100%. Eu levantei, dei uma porrada nele e fui expulso. Aquilo complicou um pouquinho e depois eu tive que fazer uma cirurgia. O Ronaldo Nazaré fez aquela cirurgia, mas depois eu tenho que conversar com o Benecy (Queiroz, supervisor administrativo) porque eu sofro com esse joelho até hoje, acho que não me recuperaram legal não", brincou.

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