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Peres deve levar mais jogos para o Pacaembu, mas alerta sobre capacidade

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, de Santos

23/09/2019 12h00

O presidente José Carlos Peres deve levar mais jogos do Santos para o Pacaembu no segundo turno do Campeonato Brasileiro. No entanto, com a privatização do estádio e o projeto de diminuição da capacidade de 39 mil pessoas para 26 mil, o mandatário santista fez um alerta: caso isso se concretize, o Pacaembu não interessará mais ao Peixe.

Segundo o cartola santista, o Santos vinha mandando mais jogos na Vila Belmiro nos últimos tempos atendendo pedidos do técnico Jorge Sampaoli e do próprio elenco do Peixe. O argumento era que o clube era mais forte atuando na Vila, mas o desempenho recente no estádio fez o argumento cair por terra.

"Jogadores e técnico pediram para jogar na Vila Belmiro e eu perdi alguns milhões para atender. Nessa linha de que na Vila o time é forte, e o adversário sente, mas o futebol mudou. Jogador não sente mais, não se assusta com vestiário que antigamente jogava água no chão, descarga não funcionava, chuveiro não funcionava... Entre gosto pessoal e a instituição, você tem que pensar na instituição. Óbvio que preferem jogar na Vila, porque termina o jogo e está em casa em 10 minutos. Quando joga em São Paulo se ausenta um dia antes e perde dois dias. É uma questão de conforto, mas time bom joga no Pacaembu, Vila Belmiro, Maracanã, na Argentina...", opinou Peres em entrevista ontem (22) à rádio Bandeirantes.

O mandatário revelou que já vinha conversando com o grupo para levar mais jogos para o Pacaembu mesmo antes da fase ruim começar. Porém os jogos do Santos no Paca podem estar com os dias contados. Segundo Peres, caso o projeto de diminuição da capacidade do estádio se concretize, o local deixa de interessar ao clube.

"Se o Pacaembu ficar com 26 mil pessoas não interessa mais para a gente. Podemos jogar no Morumbi, no Allianz, ou até ter um outro estádio para nós. Precisamos ver como vai ficar, estamos conversando. Pra mim, o Pacaembu tem que ter pelo menos 35 mil. O Santos tem outras opções para jogar em São Paulo, porque temos que atender nosso torcedor que está na capital também. Não vou largar a Vila Belmiro para subir e jogar no mesmo mundo", disse Peres projetando o retrofit da Vila Belmiro que levaria a capacidade do estádio para cerca de 20 mil pessoas.

Segundo o presidente santista, as reformas no Pacaembu só devem ser iniciadas após o Paulistão de 2020. O cartola levantou a possibilidade de atuar no Morumbi, do São Paulo, ou no Allianz Parque, do Palmeiras, durante as reformas do estádio em que o Santos costuma jogar na capital.

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, a concessionária Allegra Pacaembu reafirmou, em nota, a construção de um edifício multiuso no lugar do tobogã e ainda afirmou que não houve negociação formal com nenhum clube para uso do estádio, ressaltando que qualquer declaração sobre o tema neste momento é precipitada. Confira a nota:

"Conforme divulgado no ato da assinatura do contrato de concessão no último dia 16 de setembro, o projeto da concessionária Allegra Pacaembu para o complexo Pacaembu prevê a construção de um edifício multiuso no lugar do tobogã.

Esta nova edificação atualizará o complexo fazendo com que a cidade de São Paulo tenha um equipamento com maior nível de conforto, segurança e acessibilidade, seguindo os moldes das arenas mais modernas do mundo.

Ressaltamos que, até o momento, não houve negociação formal com nenhum clube de futebol para uso do estádio, o que só deve ocorrer após ser iniciado o período de transição entre Prefeitura de São Paulo e a concessionária. Portanto, qualquer declaração sobre este tema é precipitada."

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