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Universidade expulsa estudante que agrediu árbitra com socos em jogo

Yala Sena

Colaboração para o UOL, em Teresina

11/09/2019 23h35

O estudante que agrediu uma árbitra com socos durante jogo de futsal no Piauí há cerca de três meses foi expulso da Universidade Federal Delta do Parnaíba (UFDPar), no litoral do estado.

A decisão foi anunciada na tarde de hoje (11). Rodrigo Quixaba Oliveira, 22 anos, que cursa o 8º período de Engenharia de Pesca será desligado da universidade. Por conta da violência, o juiz Max Paulo Soares de Alcântara, da cidade de Parnaíba, já tinha determinado que o estudante pague cinco salários mínimos, equivalente a R$ 4.990 como pena de reparação de danos para a árbitra Eliete Maria Fontenele dos Santos, 42, vítima da agressão.

A violência ocorreu em junho deste ano quando os estudantes do time de Engenharia de Pesca enfrentavam alunos de Ciências Contábeis no Campus ministro Reis Velloso, em Parnaíba. Por volta das 20h30, do dia 3 daquele mês, iniciou uma confusão entre os times. A árbitra deu dois cartões vermelhos para jogadores do time do estudante, ele não gostou, foi tirar satisfação e revidou com uma sequência de socos contra a vítima. Ela chegou a cair no chão.

A agressão foi filmada por torcedores que acompanhavam a partida (assista ao vídeo acima). O vídeo é uma das provas do Processo Administrativo Disciplinar aberto pela Universidade.

A reitoria confirmou o desligamento, mas não deu detalhes e disse que o processo corre em segredo de justiça. A assessoria da universidade informou que o estudante tem dez dias para recorrer da decisão ao Conselho Universitário.

"Jogo não é ringue", diz árbitra

A árbitra afirmou que seria vexatório à universidade deixar o estudante concluir o curso. Segundo ela, as agressões são claras no vídeo.

"A justiça tarda, mas não falha e a universidade não poderia acolher ele. Até hoje nunca me pediu desculpas e se vier não vou desculpar. Entendo que tem adrenalina em campo, mas jogo não é ringue. Esporte é para divertir, desopilar, não para violência", disse Eliete Fontenele, que atua há mais de 20 anos como árbitra.

O advogado do estudante, Carlos Henrique Quixaba Silva, disse que a comissão aberta pela universidade agiu com parcialidade e irá recorrer da decisão.

"Houve uma confusão generalizada em campo e ninguém foi punido, apenas o estudante. A árbitra não teve o controle da situação porque não tem qualificação para isso. Não quero me pronunciar sobre os meus argumentos, mas o estudante é pobre, negro e vai ter uma eleição para reitor e isso pode estar influenciando", disse o advogado.