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Time já teve Cavani e Dybala e pode cair à 4ª divisão por irregularidades

Pastore e Cavani (dir.) comemoram gol do Palermo em 2010 - Tullio M. Puglia/Getty Images
Pastore e Cavani (dir.) comemoram gol do Palermo em 2010 Imagem: Tullio M. Puglia/Getty Images

Gustavo Setti

Do UOL, em São Paulo

04/07/2019 04h00

O Palermo já teve Edinson Cavani e Paulo Dybala em um passado nem tão distante, mas agora o clube, que se acostumou com jogadores de destaque, pode cair para a quarta divisão do futebol italiano por irregularidades financeiras.

O problema começou ao longo da última temporada. O Palermo terminou a Série B italiana com 63 pontos, na terceira colocação, o que dava vaga para os playoffs. Porém, o tribunal da Federação de Futebol Italiano (FIGC) identificou irregularidades de ex-dirigentes na gestão financeira do clube.

Em maio, a FIGC decretou inicialmente o rebaixamento da equipe da Sicília para a Série C, mas a punição mudou mais tarde para a perda de 20 pontos, o que deixou o Palermo com 43 pontos, sem a vaga nos playoffs, mas fora da zona de rebaixamento.

A situação ficou mais complicada no fim de junho. O clube não conseguiu a documentação necessária para ser inscrito na próxima Série B por falta de garantias financeiras. Desta forma, fica fora do futebol profissional e deve recomeçar na quarta divisão nacional após ser decretada falência.

Dybala Palermo - EFE/EPA/FRANCO LANNINO - EFE/EPA/FRANCO LANNINO
Dybala jogou no Palermo de 2012 a 2015
Imagem: EFE/EPA/FRANCO LANNINO

O que acontece agora?

A situação é complicada. O prazo para enviar a documentação expirou, e o Palermo ainda não pagou salários dos jogadores. Mesmo assim, ainda sonha em conseguir a documentação. A equipe está até com a pré-temporada programada para disputar a Série B em 2019-20.

O conselho administrativo foi praticamente extinto, e Roberto Bergamo é o novo presidente do clube. Ele tem a confiança de Salvatore Tuttolomondo, diretor da Arkus Network. A empresa está ligada à Sporting Network, proprietária do Palermo desde abril de 2019.

A companhia tenta provar que não tem culpa sobre as irregularidades das antigas gestões do clube, basicamente sob o comando de Maurizio Zamparini.

O magnata italiano comprou o clube em 2002 e o vendeu no ano passado para um investidor inglês, que pagou o valor simbólico de 10 euros (R$ 43 na cotação atual) e se comprometeu a arcar com as dívidas milionárias.

O novo dono ficou poucos meses, e o Palermo foi novamente vendido em fevereiro de 2019, desta vez para Daniela De Angeli, uma antiga colaboradora de Zamparini. Já em abril, foi a vez da Sporting Network assumir. Amanhã (5), será realizada a audiência para o pedido de recuperação do clube e a assembleia dos sócios. O Palermo tenta suas últimas cartadas para se manter vivo.

Quem já jogou lá

Bruno Henrique Palermo - Valerio Pennicino/Getty Images - Valerio Pennicino/Getty Images
Bruno Henrique defendia o Palermo antes de fechar com o Palmeiras
Imagem: Valerio Pennicino/Getty Images

O Palermo teve seus melhores dias sob o comando de Zamparini nos anos 2000, mesmo sem títulos de expressão. Cavani, por exemplo, foi contratado em 2007 do Danubio-URU. O atacante uruguaio brilhou com a camisa rosa e acabou vendido em 2010 ao Napoli. Dybala teve trajetória semelhante. Ele deixou o Instituto-ARG em 2012 ainda pouco conhecido e fez sucesso em Palermo durante três anos. Resultado: foi vendido à Juventus.

O Palermo também já teve jogadores brasileiros. O volante Fábio Simplício, ex-São Paulo, jogou de 2006 a 2010 no clube da Sicília, enquanto o também volante Bruno Henrique saiu da equipe em 2017 antes de fechar com o Palmeiras.