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Perto de estreia, Brasil tem pior público em cinco anos e decepciona Tite

Jogadores da seleção brasileira comemoram gol no amistoso Brasil x Honduras no Beira-Rio - Guilherme Hahn/AGIF
Jogadores da seleção brasileira comemoram gol no amistoso Brasil x Honduras no Beira-Rio Imagem: Guilherme Hahn/AGIF

Danilo Lavieri, Marcel Rizzo, Marinho Saldanha e Pedro Lopes

Do UOL, em Porto Alegre

10/06/2019 04h00

O Beira-Rio, em Porto Alegre, recebeu neste domingo (9) a maior goleada da seleção brasileira desde 2012, o 7 a 0 sobre Honduras, mas pouca gente viu in loco. Os 16.521 pagantes foi o menor público em jogos do Brasil em casa desde a Copa do Mundo de 2014.

Conseguiu ser inferior ao de janeiro de 2017, o jogo tributo aos mortos no acidente de avião da Chapecoense, contra a Colômbia no Engenhão e que teve apenas 18.695 torcedores presentes. Esse confronto, como não era uma data Fifa, só teve atletas que atuam no Brasil em campo.

"A minha expectativa era um público maior mesmo. Eu pensei que viesse mais gente. Mas não sei dizer o motivo de isso ter acontecido. A grana, talvez. Ou se fosse o jogo valendo teria um apelo maior. Ontem (treino aberto de sábado) eu até fiquei contente, os atletas contribuíram bastante para um ato solidário. Esperava mais para hoje", disse o técnico Tite.

Às vésperas da estreia na Copa América, na próxima sexta-feira (14) contra a Bolívia, no Morumbi, a seleção passou os amistosos preparatórios sem ser vaiada, tanto contra o Qatar, em Brasília (vitória por 2 a 0), e frente os hondurenhos. Na capital federal houve assédio digno do time da CBF, mas Neymar ainda estava no elenco, antes de se machucar, o que aumenta o interesse.

Em Porto Alegre a recepção foi fria. Seis torcedores estavam no hotel quando a delegação chegou, na quinta à noite. No sábado, cerca de 5 mil pessoas estiveram no treino aberto, com acesso doando 2 kg de alimento. Isso aumentou a expectativa de Tite para um bom público no domingo, o que não se concretizou.

No estádio os espaços vazios faziam com que, em alguns momentos, os gritos de Tite e o som da batida na bola em um chute ou passe fosse escutado. O silêncio diminuía por questões locais, quando Allison, goleiro que iniciou a carreira no Inter, ou Everton, gremista que entrou no segundo tempo, tocavam a bola.

No caso de Everton houve uma batalha de gritos, com colorados vaiando e gremistas vibrando quando ele recebia a bola. A facilidade com que o Brasil foi fazendo gols também parece ter feito com que a atenção dos torcedores se desviasse para o confronto clubístico com os atletas das equipes gaúchas.

Há, claro, o fato de que a Copa América num contexto geral ainda não empolgou os brasileiros. Muito porque o Campeonato Brasileiro está em andamento, com jogos ocorrendo até a véspera da abertura do torneio da Conmebol. No domingo, uma hora após o Brasil massacrar Honduras, um dos clássicos mais tradicionais do país, o Fla x Flu, ocorreu no Rio.

Depois da Copa do Mundo de 2014 o Brasil fez 14 jogos em casa, sob comando de Dunga e depois de Tite. O de maior público foi a vitória de 3 a 0 sobre a Argentina, no Mineirão, em novembro de 2016 já sob a batuta de Tite: 53.490 pagantes. A média de público do Brasil nesses 14 confrontos foi de 35,5 mil pagantes, bem acima do que esteve no Beira-Rio neste domingo.