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Corinthians deve encontrar caldeirão político e crise de gasolina em Lara

Opositor Juan Guaidó discursa em Barquisimeto (VEN), cidade em que Deportivo Lara e Corinthians jogam na quinta-feira - Reprodução/Twitter
Opositor Juan Guaidó discursa em Barquisimeto (VEN), cidade em que Deportivo Lara e Corinthians jogam na quinta-feira Imagem: Reprodução/Twitter

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

28/05/2019 12h00

A visita do Corinthians à Venezuela nesta semana está cercada de fatores que extrapolam o futebol. A crise humanitária resultante do comando de Nicolás Maduro mergulhou o país em uma série de dificuldades: racionamento de água, apagões de energia e falta de combustível, por exemplo, além de uma disputa política inflamada. O cenário não é diferente na cidade de Barquisimeto, onde o Timão enfrenta o Deportivo Lara na quinta-feira (30), pela segunda fase da Copa Sul-Americana.

A delegação corintiana pousa em solo venezuelano na manhã de hoje e encontra uma cidade inflamada politicamente. No último final de semana, Barquisimeto foi visitada por Juan Guaidó, líder de oposição que autoproclamou-se presidente interino do país. Ele tem viajado pelo estado de Lara há vários dias, organizando comícios, reunindo-se com apoiadores e articulando resistência ao regime de Maduro.

A presença de Guaidó na região não escapou das consequências do caos estrutural pelo qual passa a Venezuela: no sábado, uma queda de energia interrompeu o hino nacional que precedia um de seus discursos, a 50 quilômetros de Barquisimeto. A capital do estado de Lara também sofre com apagões, além de interrupções no abastecimento de água e escassez de combustível. "Quando a gasolina acabou, as pessoas foram até as bombas e cortaram três mangueiras. Tentamos organizar filas, mas esta crise está fora de controle", contou um frentista de Barquisimeto ao jornal local 'La Prensa Lara', no domingo.

O regime alega que a falta de combustível no país é resultado de sanções econômicas dos Estados Unidos, por isso há problemas de abastecimento. Especialistas apontam que, ainda que a Venezuela esteja sobre a maior reserva de petróleo do mundo, depende de importações porque não tem a tecnologia adequada para refinar a matéria-prima e transformá-la em gasolina ou gás.

Daí se explica em grande parte a escassez de combustível. Também há influência nas quedas de energia, visto que o regime de Maduro usa diesel para gerar eletricidade. Somam-se a isso fatores como falta de recursos humanos e manutenção ineficaz, que deixam o sistema de energia venezuelano à beira do colapso.

Todo este cenário faz o Corinthians tratar a estadia no país vizinho com grande cautela. O clube fretou voo à Venezuela, porque chegar ou sair em voos comerciais leva até 32 horas; também levou na bagagem tudo o que pretende consumir enquanto estiver fora do Brasil. A delegação deve passar os próximos dias dentro do hotel em que está hospedada, saindo apenas quando necessário, visto que os atletas estão concentrados e a região não tem grande apelo turístico.

Deportivo Lara (VEN) e Corinthians entram em campo às 17 horas (de Brasília) desta quinta-feira para definir quem avança à terceira fase da Sul-Americana. O Alvinegro abriu vantagem de 2 a 0 no jogo de ida, disputado em Itaquera, e pode até perder por um gol de diferença na Venezuela que ainda assim passa de fase.

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