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Autor de golaço contra o Inter é irmão de santista e criticado na Argentina

Nicolás de la Cruz comemora gol do River Plate contra o Internacional - REUTERS/Diego Vara
Nicolás de la Cruz comemora gol do River Plate contra o Internacional Imagem: REUTERS/Diego Vara

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/04/2019 04h00

Uma falta frontal que acabou no ângulo de Marcelo Lomba. Assim foi o gol de empate do River Plate contra o Internacional ontem. O autor e protagonista da partida ao mudar o jogo entrando no intervalo foi Nicolás De la Cruz. Com 21 anos, ele é meio-irmão do meio-campista do Santos, Carlos Sánchez, e ainda que tenha brilhado no 2 a 2 em Porto Alegre, recebe críticas no Monumental.

Sánchez e De la Cruz são filhos da mesma mãe, cada um de um casamento. O santista é 13 anos mais velho. E a relação entre eles é a melhor possível. Tanto que Sánchez participou da ida do irmão para o River, onde também atuou, e até tinha objetivo de levá-lo ao Santos.

"Temos uma relação muito boa. É uma relação mais do que de irmão. Temos muita afinidade, e o futebol também nos une. Nos damos muito bem", disse De la Cruz à Fox Sports argentina.

Em campo no Beira-Rio, De la Cruz desestabilizou o setor defensivo do Inter e foi o principal responsável pelo empate do River. Atuando aberto pelo lado esquerdo, às costas de Edenílson, partiu repetidamente para cima de Zeca, vencendo a maioria dos duelos. Criou a jogada que resultou na falta sofrida por Suárez e cobrou com maestria encontrando o ângulo de Marcelo Lomba.

"Ele entrou bem no jogo. E um meia-atacante que entrou para jogar nas minhas costas, do Dourado e do Patrick. Por azar eu já tinha cartão amarelo e não consegui marcar ele muito firme. Ficava mais cercando para tentar não fazer a falta e não ser expulso", contou Edenílson.

A entrada veio no intervalo porque De la Cruz é alvo de críticas na Argentina. Promessa do futebol uruguaio, ele foi pretendido pelo Milan, da Itália, o PSV e o Ajax, da Holanda, e pelo Valencia, da Espanha, antes de ter 30% dos direitos econômicos comprados pelo River Plate por 4 milhões de euros (R$ 17,4 milhões). Os outros 70% ainda pertencem ao Liverpool, do Uruguai.

Mas nem no ano passado ou mesmo neste ele conseguiu brilhar. Foram 19 partidas sem gols na temporada 2017/2018 na Argentina. E apenas o segundo gol em 22 jogos na atual. Em partidas no Monumental de Nuñez, por exemplo, ele chegou a ser vaiado pelos aficionados presentes.

"De la Cruz entrou bem, fez um golaço, espero que este gol lhe dê confiança, porque no jogo lhe deu algumas coisas. Lhe falta ser decisivo, ter confiança para terminar a jogada. E creio que ele está bem e é bom que um jogador tenha confiança e que todos confiem nele. Que a torcida veja este crescimento. Há jogadores que precisam de um processo de amadurecimento que temos que acompanhar", disse o técnico Marcelo Gallardo, entusiasta da chegada do uruguaio ao River.

"Todos nós ficamos muito contentes. Ele escuta as críticas, e sabíamos o que ele poderia dar. Era questão de se adaptar. E se adaptar ao mundo do River não é fácil. Custa. A alguns mais, outros menos. E obviamente se adaptar ao nível técnico, pela intensidade que treinamos e jogamos. Demora às vezes. Ficamos orgulhosos que ele fez isso, o gol ele merece, e obviamente que é um companheiro de todos e que soma para o grupo", completou o zagueiro Pinola.

Com o empate em 2 a 2, o Internacional é líder do grupo A da Libertadores com sete pontos. O Palestino, que bateu o Alianza Lima, aparece em segundo. O River Plate, que ainda não venceu, é o terceiro. E os peruanos fecham o grupo.

Na próxima semana, o Internacional recebe o Palestino e o River Plate encara o Alianza Lima.

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