Fla tem tropa de choque e parceiros protegidos em dia de esclarecimentos
Foram 16 dias de notas oficiais, declarações protocolares e alguns desencontros até que o presidente Rodolfo Landim, do Flamengo, viesse a público para responder pela primeira vez questões relativas ao incêndio no Ninho do Urubu.
Nesta primeira entrevista coletiva, o clube se cercou de cuidados para demonstrar unidade e também proteger seus parceiros comerciais, que não querem suas marcas associadas à tragédia.
No auditório da Gávea, Landim sentou ao lado de Rodrigo Dunshee, vice geral do clube, e Reinaldo Belotti, CEO rubro-negro. Atrás do trio não havia o backdrop destinado à exposição de parceiros e tampouco nada que remetesse aos apoiadores do clube.
Questionado sobre se o episódio atrapalha na busca por um patrocinador master, Landim preferiu repetir o mantra de que toda a atenção está voltada para a resolução das indenizações. Ele mencionou que o Fla "ofereceu o dobro" às famílias, mas não respondeu em cima do que ele se baseava para chegar ao valor, ainda que tenha sido questionado diversas vezes.
"Isso (o incêndio) acaba afetando as demais atividades do clube. O nosso tempo fica dedicado a isso, que é a maior prioridade", afirmou.
Em um momento de fragilidade institucional, o Flamengo também se esforçou para passar uma imagem de que o clube caminha unido na mesma direção. Em plena manhã de domingo, o mandatário esteve acompanhado por grandes caciques da diretoria, que sentaram na primeira fila do espaço reservado à entrevista.
Nomes como Marcos Braz (vice de futebol), Walter D'Agostino (ex-vice geral), Gustavo Oliveira (vice de comunicação e marketing), além de integrantes do Comitê Gestor estiveram presentes. Do alto escalão, as ausências mais sentidas foram de Bap (vice de relações institucionais) e Wallim Vasconcellos (vice de finanças).
Apesar da presença maciça de integrantes da cúpula, Landim ficou em uma saia justa ao comentar a participação de membros da antiga gestão no caso. Perguntado sobre uma eventual ajuda do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, ele saiu pela tangente:
"As pessoas da antiga administração que se dispuseram a ajudar, como o Flávio Willeman (ex-jurídico), são mais do que bem-vindas. No momento que assumi, a responsabilidade é minha. Mas não deixo de contar com ajuda de quem quer ajudar".
A expectativa é que o grupo instalado para gerir a crise deflagrada com a morte dos 10 jovens tenha reuniões individualizadas com algumas famílias durante essa semana, mas com a presença dos entes públicos. O Fla ressaltou que não acredita em valor fixo de indenização, já que os familiares têm anseios e necessidades diferentes.
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