Deyverson não segue exemplo de Felipe Melo e vê baque em "lua de mel"

A multa de R$ 350 mil aplicada a Deyverson pela cusparada contra o corintiano Richard durante a derrota do Palmeiras no clássico do último sábado (2) é um baque na "lua de mel" que o atacante vivia no clube. O ato de indisciplina, que foi criticado pela torcida e causou irritação na diretoria e na comissão técnica, mostra como o camisa 16, apesar de todos os avisos e conversas reservadas em episódios anteriores, não mudou seu comportamento, como fez por exemplo Felipe Melo.
O volante também foi pivô de irritação dentro do clube ao ser expulso com apenas três minutos de jogo em partida das oitavas de final da Copa Libertadores contra o Cerro Porteño, no ano passado. Na ocasião, também ouviu broncas do técnico Luiz Felipe Scolari e do diretor de futebol Alexandre Mattos, além de receber uma multa salarial. Depois daquele incidente, Felipe Melo "sossegou", passou a levar menos cartões e até usa ocasionalmente a braçadeira de capitão do Palmeiras.
Já a trajetória de Deyverson tem sido bem mais conturbada. Desde sua chegada em 2017, quando o Palmeiras o comprou por R$ 18 milhões com dinheiro da Crefisa, o centroavante tem tido problemas para controlar o temperamento. No primeiro ano de clube, apesar de ter virado titular com Cuca, ele ficou marcado negativamente por se recusar a bater um pênalti na eliminação para o Barcelona de Guayaquil na Libertadores.
O ano passado foi o da virada para Deyverson. No primeiro semestre, ele viveu seus piores momentos no Palmeiras: reserva de Borja sob o comando de Roger Machado, o atacante jogou pouco, não fez nenhum gol e chegou a ter sua substituição comemorada pela torcida em um jogo no Allianz Parque. Foi só quando Felipão chegou e viu no centroavante uma peça ideal para sua ideia de futebol que o camisa 16 deslanchou.
O experiente treinador recuperou a confiança de Deyverson e montou um estilo que tirava o melhor dele, um especialista em brigar por bolas longas, eficaz no jogo aéreo e muito dedicado na marcação. O atacante foi um dos destaques da conquista do Campeonato Brasileiro e fez inclusive o gol do título contra o Vasco. Rapidamente, foi de vaiado pela própria torcida a xodó, sendo destaque também fora de campo pelas brincadeiras captadas em vídeos de bastidores do clube.
A boa fase continuou em 2019, com gols dentro de campo e um romance fora dele. Mas o momento mágico foi quebrado agora por um velho fantasma de Deyverson: a indisciplina. Mesmo com constantes orientações e conselhos de Felipão, foi a quinta expulsão do atacante com a camisa do Palmeiras, a segunda em um clássico contra o Corinthians. O peso do jogo fez com que o erro do jogador tornasse uma proporção ainda maior, e houve até na diretoria quem defendesse seu afastamento do grupo.
O Palmeiras optou por não escantear seu jogador, que custou caro e recebe mensalmente, só em carteira, R$ 347 mil. O clube considerou que a multa foi uma punição pesada e adequada para o momento, mas conta com Deyverson para a sequência da temporada. O problema é que a cusparada deve render mais dor de cabeça para Felipão, já que o atacante tem chance de pegar um gancho pesado no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) e desfalcar o time no Paulistão. O tribunal deve oficializar a denúncia contra o atleta ainda nesta semana.
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