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Com cidadania, Coutinho vê mercado aberto, mas não "desiste" do Barça

Albert Gea/Reuters
Imagem: Albert Gea/Reuters

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Lisboa (POR)

25/01/2019 12h00

Uma cena chamou a atenção logo após o fim de Barcelona e Leganés no último domingo, 20: caminhando sozinho, Philippe Coutinho deixou o gramado com cara abatida, sem cumprimentar ninguém, partindo direto para o vestiário. A imagem serviu para fomentar ainda mais a discussão em torno da falta de confiança do meia-atacante. A despeito de ter voltado a atuar com mais frequência, ele não consegue deslanchar no Camp Nou.

Como resultado disso, Coutinho tem o seu nome ligado cada vez mais forte a uma possível saída prematura do Barça. Pessoas ligadas ao jogador negam ao UOL Esporte, no entanto, qualquer oferta do Manchester United ou de outro clube.

Os seus representantes desembarcaram nesta semana na Espanha e afirmam que um negócio na janela de transferências de inverno se justificaria somente em caso de situação insustentável dentro da equipe. Não é claramente esse o caso do brasileiro.

Além disso, existe um fator novo: desde o último semestre, o meia de 26 anos conta com o passaporte europeu através de sua esposa, que tem a nacionalidade portuguesa. Com a finalização do processo burocrático, ele não ocupa mais a vaga de extracomunitário e vê o mercado mais aberto para decidir o seu futuro.

Philippe Coutinho 1 - Lluis Gene/AFP - Lluis Gene/AFP
Imagem: Lluis Gene/AFP

Reforço mais caro da história do Barcelona, custando 160 milhões de euros (R$ 633 milhões, de acordo com a cotação da época), Coutinho não está disposto a "desistir" tão facilmente de seu sonho catalão. Depois de todo o desgaste no fim de sua passagem pelo Liverpool, ele quer 'se dar' pelo menos mais seis meses.

Nesse período, espera reverter a fase complicada que atravessa dentro de campo e se reflete em seu semblante. Após desembarcar no início do ano passado, o atleta havia conseguido se entrosar rapidamente e fechou a temporada 2017-2018 com 10 gols e seis assistências nas últimas 16 partidas. Ainda faturou ainda os títulos do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei.

Fora do gramado, não houve qualquer problema de adaptação também.

Como já havia morado em Barcelona em sua passagem anterior pelo Espanyol, pouco depois de sua chegada à Europa, ele se sente em casa. Pesou favoravelmente ainda a presença do atacante Luiz Suárez, ex-companheiro de Liverpool e um de seus melhores amigos no futebol. O uruguaio foi, inclusive, o encarregado por encontrar a sua atual residência.

Philippe Coutinho, Suárez e Messi - ALBERT GEA/REUTERS - ALBERT GEA/REUTERS
Imagem: ALBERT GEA/REUTERS

Os dois moram ao lado de Lionel Messi no mesmo condomínio em Castelldefels, um pouco mais afastado do centro e tradicional reduto das estrelas do clube para resguardar um pouco mais a privacidade.

Essa sintonia não tem se refletido apenas em campo, com Coutinho balançando as redes seis vezes em 27 partidas. Em manchete recente, o jornal Marca disse que ele havia atingido "o fundo do poço". As manifestações da comissão técnica a seu respeito também não contribuíram para a melhoria. O auxiliar Jon Aspiazu confirmou, por exemplo, que o francês Dembele está hoje à frente do brasileiro.

Por enquanto, Coutinho não tem conseguido ser o substituto de Andrés Iniesta que esperavam nem tampouco preencher a lacuna que se encontrava vaga no ataque desde a saída de Neymar para o PSG.

Com contrato até 2023, ele tem multa rescisória de 400 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão).