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Porto quer que Real Madrid pague fatia do São Paulo por Militão

Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, em Lisboa

23/01/2019 04h00

Com acordo selado com Éder Militão, o Real Madrid tenta acelerar e discute com o Porto as condições do negócio. Em um contato preliminar entre as partes, os espanhóis ouviram dos portugueses que eles desejam receber 50 milhões de euros (R$ 216 milhões), sem descontos, pelo defensor de 21 anos. Os merengues ficariam, assim, responsáveis por arcar com a parte que cabe ao São Paulo na transação fechada na semana passada.

O time do Morumbi tem direito a 10% de uma futura venda de Militão e ainda a 3% de mecanismo de solidariedade, totalizando uma verba que rondaria R$ 28 milhões (cotação atual) a receber em junho.

Conforme apurado pelo UOL Esporte, o Porto bate o pé para que esse dinheiro não saia de seu bolso. A princípio, o Real Madrid sinalizou que topa assumir a parte relativa à formação, porém, resiste em arcar também com a porcentagem tricolor, que compõe a maior parte da cifra.

O objetivo do Real é resolver o assunto o quanto antes, por isso, o ritmo adiantado das conversas. O Porto, por sua vez, joga com as cartas que possui na mesa e tem o tempo como o seu maior aliado para barganhar.

O contrato de Militão no Estádio do Dragão inclui cláusula que eleva a sua multa rescisória em 50% fora da janela de transferências europeia, ficando em 75 milhões de euros (R$ 311 milhões). Não existe, de qualquer maneira, nenhuma hipótese de a negociação ser feita sem um acordo com o Porto, com o depósito da multa, por exemplo, diretamente na conta dos portugueses.

Essa alternativa não é do agrado nem mesmo dos representantes de Militão, que ficariam responsáveis pelo pagamento ao Porto e teriam que amargar o prejuízo com a carga fiscal que acompanharia a operação.

É por esse motivo que, no atual cenário, o mais provável é que a cláusula de rescisão não venha nem mesmo a ser acionada, o Real Madrid aceite desembolsar um pouco a mais e assuma pelo menos a responsabilidade pelo mecanismo de solidariedade ao São Paulo. 

Entre outros, conforme revelado anteriormente pela reportagem, Militão vinha sendo monitorado de perto por Manchester United, Liverpool e Everton.

Parte de seu estafe esteve, inclusive, em compromisso recente do Porto contra o Leixões, pela Taça de Portugal, e posou para foto ao lado do presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa, no vestiário, ao fim da partida.

Com contrato até 2023, Militão teve impacto imediato no futebol português, sendo eleito o melhor defensor da Liga NOS em setembro, outubro, novembro e dezembro. Ele se firmou como um dos pilares do time, que defende o título nacional e ainda conseguiu a melhor campanha na fase de grupos da Liga dos Campeões.