Ex-Inter se diz mais maduro na Europa e cogita voltar: "É meu berço"

Cria das categorias de base do Inter, o zagueiro Sidney deixou o clube muito cedo. Tinha apenas 19 anos quando foi vendido ao Benfica, de Portugal, depois de uma temporada inteira no principal do Colorado. Hoje, aos 29 anos, ele se diz mais maduro e cogita, um dia, voltar. Mas não é o cenário atual.
Com vínculo até 2022 e firmado na equipe do Betis, ele comemora o bom momento no futebol europeu. Algo que é realidade praticamente em toda sua trajetória por lá. Com temporadas sólidas, a média de atuação em Benfica, Besiktas, La Coruña, Espanyol e agora Betis sempre foi alta.
"A experiência, nestas diferentes escolas de futebol, me transformou num jogador maduro, com uma visão muito mais ampla do esporte que pratico profissionalmente. O atleta evolui dentro e fora de campo. Cada cultura tem suas peculiaridades e isso entra com a gente em campo. É preciso entender como funciona cada clube, sua política, torcida e todos os demais aspectos que envolvem o futebol. Hoje, me sinto mais maduro por compreender tudo isso e estar adaptado ao estilo europeu", disse ao UOL Esporte.
O Betis surgiu depois da quarta temporada pelo La Coruña. E venceu concorrência com o Krasnodar, da Rússia, que também queria levar o jogador.
"Está sendo muito bom atuar por aqui. A equipe está num momento muito legal e isso tem trazido resultados importantes na temporada. Acredito que o nosso sistema de jogo e as características dos atletas tem favorecido. O entrosamento da equipe para que tenhamos um equilíbrio, marcando bem e finalizando com efetividade. Nosso grande desafio é manter esse rendimento e melhorá-lo até o fim", comentou.
O Internacional, porém, ainda reside no coração de Sidney. Único clube que ele defendeu no Brasil, sua casa desde os 14 anos, ele vê o Colorado como um local ideal para um eventual retorno no futuro. Ainda que não descarte nenhum cenário.
"Eu penso muito no momento. Não projeto tanto minha carreira num sentido de médio ou longo prazo. Quando me perguntam sobre voltar a atuar no Brasil, recebo com muito carinho isso, pois é meu país e lá comecei minha trajetória no futebol. O Inter é meu berço. Lá dei meu pontapé inicial. Voltar e jogar no Inter seria tão gratificante quanto atuar por outros gigantes do Brasil", disse.
"Acompanho o futebol brasileiro como um todo. Estou, sempre que posso, assistindo. A gente não perde o contato com o pessoal. Apesar de ter passado todo este tempo, parece que foi ontem que sai. São lembranças boas que a gente procura resgatar de todas as formas. Tenho muito carinho pelo clube e as pessoas aí por mim. Um dia nos reencontraremos", profetizou.
Há praticamente 10 anos na Europa, Sidney ainda avaliou o comportamento das equipes e dos treinadores por lá.
"O comprometimento tático exigido aqui fora é infinitamente maior. Não só por parte do clube, da comissão técnica, mas por parte da imprensa também que analisa isso com critério. Aprendemos a fazer uma leitura diferenciada de cada setor, onde o ataque também é tão responsável pela marcação, quanto a defesa por decidir uma partida", argumentou.
"Eu sempre vi os treinadores brasileiros em grande nível. Mas atuam num ambiente completamente diferente, a pressão externa é muito maior. Penso que tem muitos com boas ideias, com planejamentos contemporâneos de trabalho, mas não recebem oportunidade aqui fora justamente porque para os daqui é dada a devida sequência de trabalho que mereceriam ter no Brasil", finalizou.
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