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Após arquivar impeachment, Abad tenta antecipar eleições e saída do Flu

NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/12/2018 21h52

O presidente do Fluminense Pedro Abad negou que estivesse pensando em abandonar o cargo. A verdade, no entanto, é outra. Após ver o processo de impeachment arquivado por falta de quórum, o mandatário do Tricolor irá propor uma mudança estatutária que tem como objetivo antecipar as eleições do clube, que inicialmente ocorreriam no fim de 2019.

A decisão é complexa e envolve muitas questões legais para serem superadas. Para que o plano vá adiante, Abad teria de convocar uma Assembleia Geral para propor uma mudança provisória do estatuto. Caso sugira que a eleição ocorra mais cedo, os sócios aptos escolheriam o caminho a ser tomado. Pelas regras internas, a decisão só teria validade se 60% dos sócios comparecessem às urnas.

Se esta cláusula for superada e a maioria aprovar esta proposta, o clube tem 15 dias para definir seu futuro. A questão traz ainda um outro entrave a ser superado, já que uma eventual nova gestão teria um prazo de governo maior do que os três anos estipulados, o que pode ser um outro entrave a ser vencido.

Isolado e acuado, Abad tenta construir uma saída honrosa do clube e quer evitar o impeachment a qualquer custo.

"Entrei de sócio no Fluminense há 11 anos. Minha atuação foi sempre no sentido de trazer o torcedor para dentro do clube. Quebramos o 'status quo' aqui dentro. Trouxemos os torcedores para votar. Isso é algo democrático e de quem quer o sócio do futebol definindo o destino do clube. Fui a jogo e fui xingado. Nunca reclamei. Pedi apoio ao time. Entendo a insatisfação, mas acho que ninguém é mais importante que o clube. Por isso venho dizer que quero devolver o poder de decidir a quem tem o poder. Vou convocar pessoas importantes e fazer uma alteração no estatuto para convocar novas eleições", disse Abad.

Nesta quinta-feira, o clima ficou bastante pesado nas Laranjeiras. Cerca de 40 torcedores compareceram à sede do clube e protestaram com direito a ameaça a Pedro Abad. Na sessão, a votação que votaria o impeachment do dirigente não atingiu quórum mínimo e foi arquivada.