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Corinthians não se acerta sem Jô, e ataque pode ser terceiro pior do século

Corinthians fez 76 gols, desempenho superior apenas às das temporadas 2004 e 2013 - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Corinthians fez 76 gols, desempenho superior apenas às das temporadas 2004 e 2013 Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

31/10/2018 04h00

O Corinthians alcançou um feito inédito no fim do ano passado, depois de Jô encerrar o Campeonato Brasileiro como artilheiro do campeonato. Um ano depois, a situação do time alvinegro é completamente distinta. Depois da saída do centroavante, a equipe não se encontrou ofensivamente e deve terminar a temporada com seu terceiro pior desempenho do século.

Desde que a diretoria ainda comandada por Roberto de Andrade aceitou uma proposta do Nagoya Grampus, do Japão, o Corinthians passou a conviver com um problema. Em alguns momentos, ele foi minimizado, como ocorreu na reta final do Campeonato Paulista, com Fábio Carille. Na maior parte da temporada 2018, entretanto, a falta de um jogador da qualidade de Jô ficou evidente, seja com o próprio Carille, com Osmar Loss ou com Jair Ventura.

Mesmo com o título paulista e o vice na Copa do Brasil, o Corinthians só fez 76 gols nos 65 jogos que disputou em 2018 - o meia Jadson é o artilheiro do time no ano. A média de 1,17 gol por duelo só é superior às registradas nas temporadas 2013 (1,09) e 2004 (1,13). Na temporada passada, o desempenho foi razoável, com média de 1,26 - ou 86 gols em 68 partidas. Jô foi às redes 25 vezes, 18 somente no Brasileirão.

Jonathas - Rodrigo Coca/Ag. Corinthians  - Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Jonathas, que chegou por empréstimo, atuou nove vezes e marcou apenas um gol
Imagem: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Depois da venda do artilheiro, o Corinthians buscou uma solução caseira para preencher a lacuna. Primeiro, Carille optou pela entrada de Kazim, que pouco efetivo logo perdeu o lugar no time para Júnior Dutra, contratado após bom desempenho pelo Avaí no Brasileirão atuando aberto. O atacante, porém, também foi mal na função de centroavante.

Carille, então, mudou o esquema tático. Saiu o 4-2-3-1 dos títulos estadual e brasileiro em 2017 para a entrada do 4-2-4, com quatro jogadores no meio-campo ofensivo e Rodriguinho como falso 9. Dessa forma, com Romero e Clayson pelos lados e Jadson centralizado, o Corinthians derrotou o Palmeiras na final do Paulistão.

O time manteve a forma de jogar até a saída de Carille rumo à Arábia Saudita. Àquela altura, o Corinthians já tinha mais dois centroavantes: Matheus Matias, que chegou em fevereiro como artilheiro do Brasil, e Roger, envolvido numa troca com Lucca e o Inter. Kazim e Júnior Dutra deixaram o clube em julho, mesmo mês em que a diretoria acertou o empréstimo de Jonathas.

Roger ganhou chances no começo do Brasileirão, já com Loss no comando técnico, mas também não agradou. O então treinador da equipe fez mais dois testes na referência do ataque: Romero, que teve um bom começo, mas depois caiu de produção e voltou a ocupar o lado do campo e, Jonathas, que sofreu lesão muscular na segunda partida como titular.

Recuperado, Jonathas voltou a ter chances com Loss, mas o desempenho ficou mais uma vez aquém do esperado. Já sob o comando de Jair, o jogador chegou a ser escalado como titular na final da Copa do Brasil, mas passou em branco. Por isso, perdeu espaço no elenco corintiano.

Jair, agora, tem optado por um esquema similar ao usado no ano passado. Com isso, Emerson Sheik tem sido escalado mais à frente, em uma posição que desempenhou poucas vezes na carreira. Na última partida, contra o Bahia, Danilo entrou no intervalo e fez os dois gols da vitória corintiana.

Roger  - Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians - Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Atacante Roger fez cinco gols nos 19 jogos que disputou com a camisa do Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians