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Wellington Nem se abre sobre lesão no SP: "Pior sentimento que se pode ter"

Érico Leonan/São Paulo
Imagem: Érico Leonan/São Paulo

Ana Carolina Silva

Do UOL, em São Paulo

20/10/2018 04h00

Wellington Nem, enfim, reconquistou a regularidade que queria ter tido no São Paulo. Ao romper os ligamentos do joelho direito no fim de julho de 2017, ele encerrou o ano prematuramente e não pôde ajudar o Tricolor na luta contra o rebaixamento. Talvez este ponto tenha doído mais que a lesão em si.

"O sentimento de não poder ajudar a equipe em um momento delicado como aquele é o pior que o jogador pode ter. Nossa equipe era muito qualificada, mas estava em uma situação complicada no campeonato, e não poder ajudar nessas circunstâncias é muito ruim", afirmou o atacante de 26 anos ao UOL Esporte.

Quando o São Paulo o apresentou em dezembro de 2016, a expectativa era de um grande 2017. Doce ilusão: o ano foi frustrante para todos no elenco, mas Wellington Nem comemorou apenas um único gol com a camisa são-paulina (veja abaixo). Seu saldo foi de um gol, zero assistências e cinco lesões de gravidades diferentes.

Houve de tudo: estiramento no adutor da coxa, lesão no joelho que o obrigou a fazer artroscopia, lombalgia, trauma no ombro direito e, por fim, a ruptura nos ligamentos. "Foi um momento delicado. Voltei ao Brasil para atuar por uma grande equipe e, infelizmente, tive essa lesão que atrapalhou a sequência", lamentou.

Atuando entre a meia esquerda e a ponta, Wellington está de volta ao Shakhtar Donetsk e tem sido titular neste início de temporada 2018/2019, ao lado dos também brasileiros Marlos, Alan Patrick, Maycon e Júnior Moraes. Agora com regularidade física, o jogador tem a chance de reconstruir sua trajetória técnica.

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Imagem: Alexandre Loureiro/Getty Images

A reportagem questionou se o atacante se sente pressionado para mostrar seu melhor futebol no Shakhtar. Do outro lado, veio a resposta de um atleta que parece ciente de que pode entregar mais. "Sei que fui contratado com certa expectativa. Nos treinos e jogos, busco mostrar que posso retribuir", disse Nem.

Mas ele nem sempre esteve feliz no clube ucraniano. Em julho deste ano, especulou-se que o atleta poderia buscar a liberação do Shakhtar para voltar ao futebol brasileiro. "Todo jogador gosta de estar em campo ajudando sua equipe, e naquele momento eu não vinha tendo muitas oportunidades no Shakhtar", explicou.

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Imagem: divulgação/Shakhtar Donetsk

"Depois da Copa, comecei a ter mais chances. Voltar ao Brasil é uma coisa que tenho no pensamento, mas, agora, meu desejo é conquistar grandes coisas no futebol europeu", respondeu. Parece animado por lá, felizmente para ele e para a infelicidade de torcidas como a do Fluminense, clube que tem o afeto dele.

"Sempre falo que o Fluminense é o clube pelo qual tenho mais carinho no Brasil. É o clube que me criou, que me apresentou para o futebol brasileiro e para o mundo. Se um dia tiver que voltar ao Brasil, e se o Fluminense estiver interessado no meu futebol, escutaria com carinho a proposta. Mas isso não fecha as portas para outros clubes", avisou.

Leia outras respostas de Wellington Nem:

Trabalho com Rogério Ceni

O Rogério é uma baita pessoa e um grande treinador, mas estava começando sua carreira, e acho que isso pesou. Hoje está provando suas qualidades no comando do Fortaleza. O Dorival chegou e, com a experiência que tem, conseguiu tirar o nosso time daquela situação.

Como lidou com as lesões

Muitas pessoas foram importantes nesse momento. O apoio da família é sempre primordial em qualquer situação da nossa vida, e dessa vez não foi diferente. O clube também prestou toda a assistência necessária para que eu me recuperasse e sou grato a todos que me ajudaram naquele momento.

Temporada no Shakhtar

Todo atacante gosta de fazer gols, vivemos disso, mas no futebol de hoje, eu, como atacante de lado, preciso cumprir uma função tática muito importante, voltar para recompor na marcação a todo momento. Acho que estou bem preparado física e tecnicamente para ajudar o Shakhtar a sair com os resultados positivos na temporada.

Planos para o futuro

Nós, atletas, sempre queremos manter o nível de conquistas lá em cima até chegar a hora de se aposentar. Quero ganhar grandes campeonatos aqui na Europa e, quem sabe, quando voltar ao Brasil também. É claro que todo jogador de futebol sonha em vestir a camisa da seleção brasileira, e esse é um desejo que sempre carrego comigo.