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Diretoria do Fla anuncia saída de Paquetá e se defende de críticas na venda

O meia Lucas Paquetá foi vendido pelo Flamengo ao Milan-ITA por 35 milhões de euros - Buda Mendes/Getty Images
O meia Lucas Paquetá foi vendido pelo Flamengo ao Milan-ITA por 35 milhões de euros Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/10/2018 11h11

O que já era sabido se tornou oficial nesta quarta-feira (17). O Flamengo confirmou a venda de Lucas Paquetá ao Milan-ITA em entrevista coletiva realizada na sede da Gávea. O presidente Eduardo Bandeira de Mello, o vice de futebol Ricardo Lomba e o diretor geral Bruno Spindel falaram sobre a transferência, mas mantiveram os valores preservados. O meia segue no Rubro-negro até o final do Campeonato Brasileiro. Na sequência, desembarca em Milão.

Embora o Flamengo tenha alegado a cláusula de confidencialidade com os italianos para não entrar em detalhes sobre os valores, a negociação foi fechada por 35 milhões de euros. Dono de 70% dos direitos econômicos de Paquetá, o Rubro-negro ficará com aproximadamente R$ 100 milhões na transação, além de possíveis bônus por rendimento do atleta e do próprio clube europeu.

A transferência causou enorme conflito nos bastidores entre situação e oposição, com acusações e respostas sobre valores e momentos da negociação. Questionados sobre a manutenção do cenário "nebuloso" por não revelarem os detalhes, os dirigentes se defenderam.

“Acho que sim [mantém o cenário nebuloso]. O ideal seria falar absolutamente tudo, do modo mais transparente possível. Infelizmente, o contrato foi assinado nessas bases e uma delas é justamente o valor da transação. Os órgãos do clube terão acesso. Lamento que pessoas absolutamente mal-intencionadas estejam falando na imprensa sobre isso. O clube está absolutamente em primeiro lugar. Se tem uma coisa que não faz parte da minha vida é esconder a verdade. Repudio qualquer informação de que o presidente e eu fomos beneficiados. Me dá vergonha. O Flamengo é maior do que tudo isso”, afirmou o vice de futebol e candidato à presidência, Ricardo Lomba.

"Não iria diminuir em nada falar sobre os valores. Quem é mal-intencionado faria isso com valores ou não. Vão usar de forma criminosa, mas acusações pessoais tratamos no plano pessoal. Não vamos, em hipótese nenhuma, deixar que isso atrapalhe o Flamengo. Tudo está sendo explorado de maneira indevida. Temos que ler absurdos de que o Flamengo renunciou ao valor da multa. A negociação foi feita por um valor muito próximo da multa. Consideramos suficiente e atrativo para todos os lados. É burrice e má intenção do outro lado”, desabafou o presidente Bandeira.

Vender o camisa 11 antes da virada do ano era um plano da diretoria rubro-negra. A negociação do meia foi importante para equilibrar o caixa e tratada como uma execelente oportunidade apesar das fortes críticas da oposição pelo fato de ter sido realizada abaixo da multa rescisória.

“É leviano pensar que qualquer um de nós tinha interesse em se desfazer do jogador. Ninguém fica feliz em perder um ídolo. Do ponto de vista financeiro é uma transação muito boa para o Flamengo. A minha preocupação era não perder o atleta esse ano. Pagar o valor da multa não é negociação. Não tivemos prejuízo financeiro. Tivemos um benefício financeiro enorme e também relação ao planejamento do próximo ano”, disse Lomba.

A multa era de cerca de R$ 200 milhões. Desde o início, porém, os cartolas do Flamengo sabiam que era improvável negociá-lo por valor tão elevado. Foi dito internamente que se uma proposta na casa dos 30 milhões de euros chegasse, o atleta seria vendido.

“A ideia foi em cima do benefício esportivo para que ele ficasse até o final do ano. E o fato de fazer a transação em outubro dá ao Flamengo cerca de três meses para planejar o elenco de 2019. Tiramos o risco de o jogador sair de forma inesperada e sem que o Flamengo pudesse repor”, encerrou Bruno Spindel.