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Mano Menezes acumula 3ª confusão no Brasileirão; relembre outras brigas

Pedro Vale/AGIF
Imagem: Pedro Vale/AGIF

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/08/2018 04h00

Mano Menezes não é reconhecido no futebol brasileiro apenas pelos títulos conquistados, mas também pelo pavio curto. O hábito de ficar à beira do campo contestando marcações da arbitragem e algumas atitudes do time adversário costumam provocar irritação e esquentar o clima de algumas partidas.

Neste Campeonato Brasileiro, em que o Cruzeiro tem atuado com reservas por conta dos mata-matas de Libertadores e Copa do Brasil, Mano tem usado força máxima para irritar rivais. Contra o Fluminense, no último sábado, ele bateu boca com um companheiro de profissão, no caso Marcelo Oliveira, pela terceira vez em pouco mais de três meses.

Relembre outras ocasiões em que o temperamento do gaúcho Luiz Antônio Venker Menezes falou mais alto à beira do campo ou nas entrevistas coletivas.

Marcelo Oliveira

Mano x Marcelo - Reprodução de TV - Reprodução de TV
Imagem: Reprodução de TV

O comandante do Fluminense foi a mais recente atualização na lista de desafetos. No último sábado, Menezes passou a ironizar a pressa do adversário após o Cruzeiro marcar o segundo gol na vitória por 2 a 1, no Mineirão, pelo Brasileirão, porque, na visão de Mano, o Flu estava retardando a partida enquanto o placar ainda estava empatado. "O seu goleiro... Manda ele levantar agora. Manda ele cair. Manda ele se atirar no chão", gritava o técnico em direção a Oliveira na beira do campo, em bate-boca captado pelos microfones da transmissão do jogo na TV.

Ambos tentaram minimizar o episódio nos vestiários. "É coisa do jogo. Você está envolvido", justificou Mano.

Renato Gaúcho

Renato Gaúcho - LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA - LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
Imagem: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

O entrevero com o técnico do Grêmio foi via imprensa, em forma de indiretas. Começou em junho, com Menezes criticando técnicos que reclamam da postura defensiva de equipes quando atuam fora de casa. Renato, que havia feito queixa semelhante havia poucos dias, respondeu em tom de galhofa. "O Mano é camarada, gosta de brincar, não sei se foi uma indireta. Gosto de ver o futebol bonito", disse.

Mano, porém, não se deu por satisfeito. Em 22 de agosto, após o duelo entre as equipes pelo Brasileirão (empate em 1 a 1, na Arena do Grêmio), ele voltou a tocar no assunto com um novo petardo: "Às vezes, quando a gente não consegue solucionar os problemas dentro de casa, a gente começa a atirar na casa dos outros. Cada um escolhe o jeito que quer jogar. A última vez que o Renato se referiu a um adversário, ele está vendo o que virou. Então é bom cuidar da casa dele e deixar os outros cuidarem das suas. É melhor", disparou.

Alberto Valentim

Alberto Valentim - Vítor Silva/SSPress/Botafogo - Vítor Silva/SSPress/Botafogo
Imagem: Vítor Silva/SSPress/Botafogo

Em maio, quando ainda treinava o Botafogo, Valentim teve de ser contido ao fim do jogo contra o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Brasileirão (vitória dos mineiros por 1 a 0) após Mano Menezes fazer gestos de "fala muito" ao adversário. Integrantes da comissão técnica cruzeirense tentaram contê-lo e quase virou briga com o preparador de goleiros do clube, Robertinho.

“Ele que estava irritado. Eu estava calmo. Em um determinado momento, fiz um sinal de que ele estava falando muito. Reclamou do lateral, reclamou do cartão, reclamou do pênalti, reclamou de tudo”, ironizou.

Luiz Felipe Scolari

Felipão - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio

Em 2014, a amizade entre os gaúchos ficou estremecida por conta de discussões à beira do gramado. Em outubro, após vitória sobre o Atlético-MG, Mano treinava o Corinthians e usou Felipão, então no Grêmio, como exemplo para se defender da fama de retranqueiro. "Você (jornalista) citou um técnico que, em um momento, tentou fazer algo que talvez não desse para fazer. Aí você sabe como terminou. Não dá para contrariar a lógica", alfinetou Menezes, em referência aos 7 a 1 sofridos pela seleção brasileira contra a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo.

Naquele ano, eles evitaram se cumprimentar em confrontos entre alvinegros e tricolores. Em 2015, desempregado, Mano encontrou Scolari no saguão de um hotel de Porto Alegre, onde o Grêmio estava concentrado. Os treinadores conversaram e tomaram chimarrão para "selar a paz".

Muricy Ramalho

Muricy Ramalho - Alexandre Schneider/Getty Images - Alexandre Schneider/Getty Images
Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Dois atritos marcam a "rivalidade" com o ex-treinador do São Paulo. Em 2009, após o Corinthians eliminar o rival na semifinal do Campeonato Paulista, Mano ironizou um palpite de Muricy, que confiava que sua equipe chegaria à decisão estadual. "Não gosto muito de fazer previsões porque, na última, o meu amigo Muricy rachou a bola de cristal ontem e quebrou hoje", disparou. "Ele ganhou, quem ganha pode falar o que quer. É tudo uma beleza. Mas eu normalmente não faço isso, acho desrespeitoso", devolveu Muricy, com seu famoso mau humor.

Em 2014, Mano acusou o São Paulo de perder de propósito para o Ituano, resultado que eliminou o Corinthians no Paulistão. "Cada um sabe a consciência que coloca no travesseiro para dormir. Os deuses do futebol estão lá em cima e sabem bem conduzir o comportamento de cada um quando a bola rolar lá na frente", disse. Muricy ficou irritado. "Tem de saber o que está falando, com quem está falando. Não se pode simplesmente insinuar as coisas. Não gostei, não."

Milton Cruz

Milton Cruz - Julia Chequer/Folhapress - Julia Chequer/Folhapress
Imagem: Julia Chequer/Folhapress

Mais um capítulo da rivalidade entre Corinthians e São Paulo que teve Mano Menezes como protagonista. No intervalo de um clássico pelo Brasileirão de 2009, ele bateu boca com Milton Cruz na saída para os vestiários. "Você é um técnico interino, Milton. O seu técnico é o Muricy", disse.

Cruz entendeu a frase como um desprezo de Mano à função e ficou indignado. "O Mano fala muito e só ganha no grito", reclamou. "Não minto, ele é interino. Mas já passou, não foi para ofender. Só queria falar com o juiz", comentou Menezes sobre o episódio.