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Loss prepara Corinthians para estreia do VAR e prevê futebol mais justo

Osmar Loss estreia à frente do Corinthians na Copa do Brasil - Daniel Vorley/AGIF
Osmar Loss estreia à frente do Corinthians na Copa do Brasil Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

31/07/2018 18h42

Além de fazer seu primeiro jogo em mata-mata pelos profissionais do Corinthians, o treinador Osmar Loss tem outro fato atípico para lidar diante da Chapecoense, na quarta-feira (1), em Itaquera. Na véspera do duelo, ele concedeu entrevista coletiva e explicou como a comissão técnica tem trabalhado para a estreia do árbitro de vídeo, o VAR, no duelo de quartas de final da Copa do Brasil.

"Vejo como algo muito satisfatório para o futebol brasileiro e mundial. A utilização na Copa quebra alguns paradigmas. O futebol se torna mais justo, mais próximo de quem joga melhor vencer, se minimiza as incoerências. Vejo com bons olhos. Falamos com os atletas hoje, vamos falar mais, porque é novidade. Nós da comissão temos que entender se a orientação para o VAR vem de dentro ou de fora. Nós precisamos saber para não incomodar e pedir que toda hora tenha VAR. O árbitro precisa ter sua autonomia", comentou.

Loss ainda foi perguntado se a presença do árbitro de vídeo mudaria a disciplina dos jogadores em campo. "A gente preza sempre jogo competitivo e leal. Somos seres humanos, nos irritamos no trânsito, buzinamos, xingamos, os jogadores são passivos disso. O que acho, a minha expectativa, é que ficará mais solto, o jogo vai correr mais. Se tiver algo errado, o árbitro revisa e volta atrás. Temos que nos preparar para manter intensidade, não diminuir o foco da competitividade por causa do VAR. Se for justa a revisão, que seja feita", disse ainda.

O treinador também comentou sobre a adversária no duelo de ida da Copa do Brasil. "Sobre a Chapecoense, sabemos das virtudes. Teve perdas muito fortes na janela também. Mas é uma equipe sólida defensivamente, de uma bola parada muito boa, com jogadores que fazem uma transição ofensiva extremamente rápida. Tem dois laterais que cruzam bastante. E a gente também sabe de fragilidades, mostramos aos atletas", completou Loss.

Na atividade de véspera, Osmar Loss disse ainda que não tem certeza sobre a escalação do time, já que não contou com Gabriel e Clayson em campo. O volante é nome quase certo, mas o meia-atacante só confirmará presença horas antes do jogo - ele foi dispensado em função da morte de sua sogra. Léo Santos e Mateus Vital, respectivamente, são os substitutos possíveis. "Os dois estão de sobreaviso, mas esperamos contar com todos", comentou Loss.

Confira mais respostas de Osmar Loss:

Investimentos em Araos e Díaz
Não me envolvo muito nas questões de valores de chegadas e saídas. São critérios de avaliação da diretoria. Os nomes de contratações são discutidos, mas no monetário não entro. São dois sul-americanos, o Corinthians tem tido sucesso nesse investimento com jogadores de valor. Eles vão contribuir bastante. São jovens, com possibilidade de retorno técnico e venda futura em uma idade em que a Europa vem comprar. Quem faz futebol tem que cuidar desses detalhes.

Talentos no futebol brasileiro
O Brasil produz uma gama grande de jogadores, não vamos esgotar a fábrica. Se critica o trabalho de base no Brasil e poucos países produzem tantos jogadores como o Brasil. Dificuldades grandes que são enfrentadas na base, às vezes saem jogadores de 16 anos para Europa e a oportunidade nos clubes é pequena, poucos dão as oportunidades de verdade. No Sub-20, se o atleta rende bem por três anos, se tem três anos regulares, é ter paciência que vai acontecer a oportunidade. A busca por sul-americanos é porque são jogadores sem sete jogos, essa cláusula do Brasileiro, e porque os clubes daqui não querem fortalecer os adversários.

Mescla no elenco do Corinthians
Temos uma mescla muito interessante. Jovens que são promissores no futebol mundial e nossos experientes. Renovamos com Jadson, que tem o momento de fazer os demais respirarem, Emerson que entrou com esse papel com o Vasco acalmando os mais jovens. Tem o equilíbrio. Pode ter determinado momento que se perdermos os experientes fiquemos mais jovens. O Pedrinho já está há um ano no profissional, o Léo Santos já têm conhecimento de jogar mata-mata, algo que se joga muito na base também.

Araos é novidade
A gente teve uma conversa bacana com ele. Posicionamos o campo na mesa e pedimos que mostrasse como prefere. Vimos ele em mais de uma função no Chile. É versátil, já jogou pelos dois lados, mas gosta mais de jogar pelo centro. Joga como meia ou um segundo volante mais ofensivo. No mercado sul-americano, como dizem, ele faz o 'enganche'. Ganhamos recursos. Está entre os pré-relacionados e deve estar no jogo, sim.

Com ou sem centroavante de ofício?
Com todos à disposição, é uma possibilidade [jogar com centroavante]. Quem tem se preocupar é o adversário. Respeitamos característica e rendimento. Até porque falei: começamos assim com o Vasco e jogamos com Cruzeiro dessa forma, o Romero desde os 35 minutos do primeiro tempo contra o Vasco atuou como ponta, talvez os gols tenham confundido um pouco. Pedrinho é versátil, Romero também. Assim, a gente pode desencaixar uma marcação habituada. Posso trocar a característica do duelo se não tiver vantagem. A versatilidade dos jogadores me dá perspectiva de alterar os momentos do jogo.

Qual o sistema tático, afinal?
Interessante porque definimos muitas vezes pela plataforma em números, mas efetivamente quando dou curso ou aula na CBF disso algo que serve bem. Não importam os números, e sim os movimentos em campo. O que dá vida ao jogo são os movimentos, quando tem consciência e entendimento nas fases ofensiva e defensiva. Mas, se for colocar numericamente, é um 4-2-3-1.

Nova opção como volante
O Léo Santos é zagueiro, é nossa primeira opção de defesa. Mas tem uma qualidade técnica muito elevada e pela necessidade, com Ralf que não tem condição de jogo e Paulo que está sentindo, usamos ele em dois jogos como volante. O rendimento nos momentos com ele nos deu consistência defensiva e qualidade para iniciar as transições. Tenho a perspectiva de trazer ele para o meio, fazer até uma linha de cinco defensivamente e não ter decréscimo na construção do jogo, senão não faríamos.