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Cobrado por gols, L. Lima dá resposta e tenta retomar espaço em "nova era"

Lucas Lima comemora gol contra o Santos: já são dois em dois jogos pós-Copa - Daniel Vorley/AGIF
Lucas Lima comemora gol contra o Santos: já são dois em dois jogos pós-Copa Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

31/07/2018 04h00

O Palmeiras trocou de comando e de estilo de treinador, mas uma coisa deve seguir igual para Lucas Lima: ele continuará a ser cobrado para entrar mais na área e fazer mais gols. Após iniciar o ano como titular absoluto e perder espaço com Roger Machado no primeiro semestre, o camisa 20 voltou da parada para a Copa do Mundo com sede de recuperar a posição. "Outro jogador fisicamente", segundo ele mesmo, o meia comemora os dois gols marcados no período, "sinal" da mudança tão desejada.

No primeiro treino comandado por Paulo Turra, auxiliar de Luiz Felipe Scolari que assume o time enquanto o treinador não chega de Portugal, Lucas já ouviu uma cobrança que saiu muitas vezes da boca de Roger: "Os meias têm de infiltrar, têm de fazer gol". Ser artilheiro nunca foi uma qualidade do meia, mas ele tem trabalhado para melhorar.

Depois de fazer um golaço contra o Paraná, no último domingo, pegando de primeira uma bola alta na entrada da área, Lucas Lima disse que treina bastante aquele tipo de batida. Já no primeiro jogo após a volta da Copa, ainda com Roger no comando, ele marcou contra o Santos, seu ex-time, após se projetar no espaço vazio na área adversária, receber e finalizar, em uma movimentação que vinha sendo bastante exigida dele.

Fazer gols sempre foi um ponto fraco no jogo de Lucas Lima. A temporada mais artilheira do armador foi 2013, quando ele marcou nove vezes em 53 jogos pelo Sport, que naquele ano disputou a Série B. Em quatro anos com a camisa do Santos, nunca passou de seis gols em um ano. E em 2018, no Palmeiras, são quatro gols até aqui: um em sua estreia contra o Santo André, pelo Paulistão, e outro contra o Boca Juniors, na Libertadores.

A falta de chegada à frente, aliás, foi um dos motivos para o meia perder a posição para Moisés no primeiro semestre. Roger identificava que o camisa 10 era mais agressivo em sua movimentação e participava mais na hora de finalizar a jogada, enquanto Lucas preferia organizar o jogo mais de trás. Com Felipão, a cobrança também deve ser no sentido de acompanhar os lances até o fim, participando da definição.

Outro problema que minou a titularidade de Lucas Lima foi a baixa intensidade de jogo, principalmente quando comparado a Moisés, que sempre joga em ritmo alto, ajudando na marcação e correndo pelo campo todo. Nos jogos contra Paraná e Santos, o meia também demonstrou melhora nesse aspecto. Internamente, a declaração do atleta sobre sua melhora física foi atribuída ao maior tempo de preparação disponibilizado pela parada da Copa, já que a pré-temporada no início do ano foi mais curta que o normal.

Se sabe que precisa melhorar nesses aspectos para ganhar espaço e recuperar moral com a torcida, Lucas pelo menos pode ficar tranquilo sobre sua principal característica: junto de Willian, ele é o líder de assistências do Palmeiras em 2018, com oito passes para gol. Com concorrentes como Moisés, Gustavo Scarpa e Guerra, que se recupera de cirurgia no pé, é um ponto a seu favor. Mas como ele mesmo já sentiu na pele, não será suficiente para garantir sozinho a sua titularidade.