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Sevilla procura, mas esbarra em salário de R$ 700 mil para repassar Ganso

Paulo Henrique Ganso durante partida do Sevilla; jogador ainda não sabe seu destino - Koji Watanabe/Getty Images
Paulo Henrique Ganso durante partida do Sevilla; jogador ainda não sabe seu destino Imagem: Koji Watanabe/Getty Images

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Lisboa (Portugal)

26/07/2018 04h00

Com três anos de contrato ainda por cumprir, Paulo Henrique Ganso tem as portas abertas para deixar o Sevilla. O meia, que não fez nenhum jogo oficial em 2018, ficou fora de todos os amistosos de pré-temporada disputados pelos andaluzes e foi cortado também da delegação para enfrentar o Benfica em Zurique, na Suíça, no último fim de semana.

Conforme revelado pelo UOL Esporte, ele tem como prioridade seguir no futebol espanhol. O Alavés foi um dos que procurou e o assegurou papel de protagonista em seu projeto. Nos últimos dias, foi a vez do Leganés também consultá-lo.

Em sua maioria, as sondagens esbarram todas elas nas cifras ao redor de Ganso. O atleta, que completará 29 anos em outubro, recebe um salário anual que gira em torno de 2 milhões de euros (R$ 8,5 milhões), sem impostos – esse custo praticamente dobra com eles, no entanto. É difícil encontrar, inclusive, interessados em assumir metade dessa fatia, deixando o restante a cargo do Sevilla.

Para efeito de comparação, é como se o ex-são-paulino e santista recebesse R$ 700 mil mensais, fora impostos. Mesmo sem atuar, os seus vencimentos estão entre os mais altos do elenco comandado pelo técnico Pablo Machín, o que explica o esforço da cúpula do clube para encontrar uma alternativa e repassá-lo para aliviar a sua folha salarial.

Não contribui nesse sentido a postura de Ganso, que bate o pé e se nega, dentro do seu plano de carreira, a se transferir para ligas menores e alternativas. Ele rejeitou recentemente uma abordagem do Santos Laguna, do México.

Plenamente adaptado a Sevilla, o meio-campista pesa, entre outros fatores, a sua família, que se encontra em compasso de espera no Brasil enquanto o seu futuro não é definido. Ele não aceita carregá-la para qualquer destino e abrir mão da qualidade de vida que possuem na Espanha. Em entrevista recente, o diretor de futebol Joaquín Caparrós deu pistas sobre o entrave para a situação do brasileiro.

“Temos recebido ofertas, mas, no fim, para ‘casar’ todas as situações não é fácil. O jogador não quer ir para esse lugar ou essa liga...”, disse o cartola ao site El Desmarque, deixando transparecer a preocupação com que o ostracismo de Ganso persista e ele tenha o seu valor reduzido.

“Os anos dos jogadores passam e, se (você) não intervém, eles vão se desvalorizando e perdendo seu nível de futebol, ele (Ganso) sabe disso”, completou.

Com o seu futuro ainda aberto, Ganso aproveitou a folga com a sua ausência da lista de relacionados para o amistoso na Suíça e viajou ao lado de seu empresário Giuseppe Dioguardi, o Pepinho, para o Algarve, em Portugal. Ele teve instantaneamente o seu nome vinculado ao Sporting pelo jornal Record. Essa não é a primeira vez que isso acontece.

Na última janela de transferências, ocorreu o mesmo, porém, as conversas não vingaram.

Ganso ao lado de seu preparador físico individual - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Ganso ao lado do preparador físico Sergio Peres
Imagem: Reprodução/Instagram

O seu estafe se encontrava na região, contudo, em virtude da transferência do lateral esquerdo Guilherme Lazaroni, que fechou contrato com o Portimonense e foi apresentado nesta semana.

Ganso participou normalmente dos treinos na reapresentação do Sevilla nesta semana e ainda fez trabalhos à parte com o preparador físico Sérgio Peres, que conhece desde a sua passagem pelo Santos. O meia estava inscrito na Liga Europa para enfrentar o Újpest, da Hungria, nesta quinta-feira, mas foi excluído da lista nesta manhã para dar lugar a um dos novos reforços.

O seu contrato com o Sevilla se encerra apenas em junho de 2021