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Badalado Cruzeiro ainda peca em momentos-chave, mas ressurge nas decisões

Tropeços deram emoções e mexeram com o time, mas Cruzeiro respondeu nas decisões - Gualter Naves/Light Press
Tropeços deram emoções e mexeram com o time, mas Cruzeiro respondeu nas decisões Imagem: Gualter Naves/Light Press

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

28/04/2018 04h00

Com as contratações de peso que deixaram o time pentacampeão da Copa do Brasil ainda mais forte, o Cruzeiro iniciou 2018 como favorito a qualquer campeonato que disputasse. Na primeira oportunidade, levantou o caneco do Estadual e hoje briga por uma vaga nas oitavas da Libertadores. Só que nem tudo foi fácil até aqui para a Raposa. Apesar da recente goleada por 7 a 0 contra a Universidad de Chile, a equipe de Mano tem mostrado instabilidade em jogos importantes para só depois ressurgir mais forte nas partidas de vida ou morte. As quatro derrotas nos 22 jogos da temporada podem ser consideradas um número baixo, mas incomodaram bastante e forçaram a equipe a se superar nos chamados 'jogos do ano'.

Começando pelo Mineiro, a participação celeste foi praticamente impecável. O time venceu 13 dos 16 compromissos, empatou dois e só perdeu um. Acontece que essa única derrota foi no 3 a 1 para o Atlético, na ida da final. O resultado quase colocou por terra a ótima campanha dos comandados de Mano, que precisaram vencer por 2 a 0 no jogo da volta para serem campeões usando a vantagem da melhor campanha na fase inicial.

Na Libertadores, as coisas também não começaram fáceis, apesar do massacre da última quinta-feira. Integrante de um grupo considerado 'da morte', o Cruzeiro vacilou por três vezes e só somou dois pontos em nove disputados. A possibilidade real de uma eliminação inédita desgastou a relação time/torcida e gerou reuniões entre jogadores e diretoria, fazendo com que o confronto contra a La U tomasse ares de vida ou morte. Só então, mais uma vez pressionados com a obrigação de vencer no jogo do ano, a equipe respondeu à altura e melhorou sua situação no torneio.

"Estamos crescendo. Nosso time mostra que é um time de decisão. Surpreendemos nos momentos difíceis. Vamos seguir batalhando para conseguir essa classificação que está sendo muito difícil", comentou o zagueiro Dedé.

Agora mais empolgado, resta ao Cruzeiro acordar também para o Campeonato Brasileiro. Apesar de o sistema de pontos corridos não ter tantas partidas "de vida ou morte", desperdiçar pontos, principalmente neste início, pode atrapalhar os planos do clube de voltar a ser campeão. Na Toca o pensamento é de chegar à Copa do Mundo pelo menos entre os dois primeiros colocados, mas isso não será possível se o time repetir os rendimentos das duas primeiras rodadas: derrota em casa para o Grêmio e fora para o Fluminense. O Internacional será o próximo adversário e relaxar na hora errada está fora de cogitação.

"Fizemos um Campeonato Mineiro muito bom. No segundo jogo da final, fizemos um jogo de recuperação que foi praticamente perfeito. Óbvio que depois você dá uma relaxada. Tivemos um momento de relaxamento na hora errada, mas é normal. Já aconteceu a mesma coisa com outros times, mas a cobrança vai ser alta pelo time que o Cruzeiro montou. Nesses momentos, os mais experientes têm que segurar o grupo, como eu, Henrique, Leo e Dedé", disse o meia Thiago Neves.

Na semana que vem, o Cruzeiro volta a fazer uma partida que pode mexer com os rumos da equipe no ano. A visita ao Rio de Janeiro para encarar o Vasco poderá selar uma classificação depois de muito drama na Libertadores ou colocar mais fogo no grupo e aumentar a incerteza de uma participação nas oitavas de final.