Polícia diz que ex-Flamengo foi baleado em acerto de contas de traficantes
A carreira de Michel Lorran começou com o título da Copinha 2011, seleção de base e elogios de Ronaldinho Gaúcho. Mas a trajetória se afastou bastante do início promissor no Flamengo. Ele está internado em um hospital de Canoas (RS) com um buraco de bala na panturrilha.
Longe do glamour dos grandes clubes, o jogador terminou a madrugada da última segunda-feira na companhia de duas garotas e um traficante. Encostados em um Hyundai Azera, eles comiam na Lancheria Skillus, na cidade gaúcha. A janela de outro carro se abriu e o barulho de tiros criou pânico no local.
Lorran não era o alvo, por isso teve tempo de sair correndo. Foi alcançado por uma bala que acertou a panturrilha direita. Cesar Augusto Oliveira Ferreira, o Piriquito, não teve a menor chance. A Polícia Civil espera o laudo do IML (Instituto Médico Legal) para saber quantos tiros acertaram o tórax do traficante de 29 anos. Ele nem teve tempo de se defender. Caiu com o celular na mão.
A delegada Carolina Terres afirmou que Lorran não é criminoso e acabou envolvido na guerra de facções do Rio Grande do Sul. Ela classificou o meia como “um guri bobo”. Contou que o jogador estava morando na casa do traficante havia 10 dias.
“Ele foi apresentado (a Piriquito) por um do futebol. Viu um cara com grana, relógios, carro e saindo para festa todas as noites. Mas ele não participava (do tráfico). Foi só ingenuidade”, declarou a delegada.
Carolina falou que Lorran não tem envolvimento em crimes, mas é provável que tenha percebido qual a atividade de Piriquito. O traficante vendia de tudo: maconha, crack e cocaína. Na opinião da delegada, o jogador teve azar de estar na hora errada com a companhia errada.
O novo amigo estava jurado pela facção Bala na Cara, que ganhou este nome por causa da parte do corpo dos inimigos que gosta de atirar. Os integrantes são conhecidos pela crueldade.
“O código do crime é matar o cara e não mexer com a família. A facção não respeita criança, nem idoso”, contou a delegada.
O traficante com quem Lorran estava morando escondeu armas para os rivais da Anti-Bala e assinou a sentença de morte.
Medo da imprensa
A delegada disse que Lorran prestou depoimento e falou que estava numa festa quando conheceram as garotas. Ele e o amigo pararam para comer por volta das 5h30 e o carro com os matadores apareceu. Carolina mencionou que o jogador não tinha medo de ter que abandonar a carreira por causa do tiro ou ser perseguido pela Bala na Cara. O único temor era o caso vazar para a imprensa.
Ela acrescentou que uma cirurgia foi realizada no dia do crime e novo procedimento deve ocorrer daqui um mês. A investigação sinaliza que o meia não será indiciado e poderá seguir a carreira que vai nada bem. Depois do título da Copinha, Lorran perambulou por vários clubes de pouca expressão.
Em entrevista ao Globoesporte.com ano passado, o jogador declarou que "extrapolou muito". Lorran terminou o Campeonato Gaúcho na reserva do São Paulo (RS), time que foi rebaixado e dispensou todos os atletas.
A assessoria do jogador informou que não há maiores informações sobre o estado de saúde dele. Explicou que o hospital passa detalhes apenas a família e que o pai de Lorran, que mora no Mato Grosso, chegaria a Porto Alegre somente na última noite. O que se sabe é que o meia está tranquilo quanto a continuidade de sua carreira.
Prova disso, é que ele lamentou não poder iniciar negociação com um clube nordestino que vai disputar a Série B neste ano e manifestou interesse. A assessoria de imprensa não revelou o nome. Sobre a declaração da delegada, de que Lorran estaria morando na casa de um traficante, houve contestação. A informação era que o meia estava em um hotel bancado pelo São Paulo (RS).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.