Peres depõe sobre fraude no Santos e avisa: "clube não pode ser uma teta"
O presidente do Santos, José Carlos Peres, prestou depoimento no 2º Distrito Policial da cidade de Santos, nesta quinta-feira, sobre suspeita de fraude nas eleições do clube, realizadas em dezembro do ano passado. O mandatário entregou um dossiê com documentos que podem comprovar compra de votos na chapa do ex-presidente Modesto Roma.
Peres aproveitou o momento para explicar a situação financeira que o Santos vive e ressaltou que o clube passa por uma transição que envolve a demissão de mais de 400 profissionais. Para resumir a dispensa em massa ele utilizou uma analogia de filhotes e amamentação.
“As reformas do clube tem que ter coragem pra fazer, as críticas dobram, a maioria delas são injustas, porque sempre pensam no seu umbigo e esquecem do clube. O Santos não pode ser uma teta. Costumo dizer que o Santos é uma teta com 420 chupetinhas mamando o leite. Mas não dá pra dar leite pra todo mundo. Estamos trabalhando para equalizar o clube. Pra pagar em dia. Estamos fazendo alguns enxugamentos da máquina. E não é só em relação a pessoas é de despesas. Existem metas em todos os departamento que é de fazer cortes de 30% para que o clube fique viável. Não dá pra tocar o clube como era tocado”, disse.Segundo Peres, este trabalho foi iniciado durante o pleito do ano passado e, por conta disso, os envolvidos na suposta fraude não compareceram para votar, fato que teria mudado o rumo da eleição. Modesto era favorito, mas perdeu para o atual presidente nas urnas.
Em relação a suspeita de fraude na eleição, Peres lembra que este trabalho foi iniciado durante o pleito do ano passado e, por conta disso, os envolvidos na suposta fraude não compareceram para votar, fato que teria mudado o rumo da eleição. Modesto era favorito, mas perdeu para o atual presidente nas urnas.
“O motivo da vinda aqui é sobre a eleição do mês de dezembro, sobre aquelas suspeita de fraudes. No dia da eleição, a gente prometeu, mesmo vencendo, que daríamos uma resposta aos sócios e aos torcedores do Santos. Existe um dossiê que foi encaminhado. É aquele processo onde empresários de futebol estão envolvidos, que eles pagavam as mensalidades dos sócios, que precisam ter um ano para poder votar, de acordo com o estatuto do clube, e a gente percebeu que um ano antes da eleição, houve uma explosão de novos sócios. Entramos em conjunto, as três chapas de oposição, e fizemos as denúncias. Isso surtiu efeito, porque muitos desses suspeitos de fraude não compareceram na eleição e isso foi primordial para que não houvesse outro desfecho”, disse Peres
“Foi feito um dossiê. Teve um acompanhamento forte na época. Isso vai ser motivo de investigação porque todos estão sob suspeita. Ninguém é acusado antes do juíz dizer que o cara é culpado. Isso foi encaminhado e agora eles farão a investigação para que essas suspeitas se tornem provas. Acho que o futebol brasileiro precisa passar por uma reforma. A gente já está fazendo uma reforma profunda no clube, em todos os sentidos. O modus operandi tem que mudar completamente. Não é possível que o que aconteceu no Vasco e no Santos se repita, porque assim o futebol não vai ter a credibilidade que ele deve ter. Quando o futebol não tem credibilidade ele perde a reputação e isso reflete no campo, as pessoas deixam de assistir porque acham que são cartas marcadas. Infelizmente o poder leva a esse tipo de comportamento dessa eleição. Isso é inadmissível e o futebol tem que passar por essa reforma. Não podemos ficar calados”, completou.
Entenda o caso de possível fraude na eleição
A suspeita se baseia em reportagem da ESPN, publicada em novembro de 2017, que aponta que o clube recebeu mais de 2 mil associados entre novembro e dezembro de 2016, período próximo do limite estabelecido para que possam ser eleitores no pleito alvinegro.
Segundo a matéria, a adesão em massa beneficiaria Modesto Roma, atual presidente e candidato à reeleição. Diante disso, Andres Rueda, da Santástica União; José Carlos Peres, da Somos Todos Santos, e Nabil Khaznadar, da O Santos Que Quereremos, se uniram em protesto na época.
A matéria da ESPN dizia que, em apenas 17 dias, entre 23 de novembro e 6 de dezembro de 2016, o Santos ganhou precisamente 2.098 novos associados. Estes já seriam votantes no próximo pleito. O número levantou desconfiança por ser superior aos meses de julho a outubro somados, além de ter recebido uma série de adesões em dias iguais. A média mensal era de 462 pessoas antes.
A reportagem da ESPN ainda apontou a participação do empresário Luiz Taveira, o mais influente dentro do Santos na gestão de Modesto. De acordo com os levantamentos, de 23 a 29 de novembro, quatro parentes de Taveira se associaram ao clube junto com mais pessoas, mas utilizando os mesmos endereços.
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