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Zé Ricardo se redime e vira protagonista no Vasco após deixar Fla vaiado

Técnico Zé Ricardo só tem apenas duas derrotas no comando do Vasco - Carlos Gregório Júnior / Flickr do Vasco
Técnico Zé Ricardo só tem apenas duas derrotas no comando do Vasco Imagem: Carlos Gregório Júnior / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/11/2017 04h00

Foi difícil para Zé Ricardo se livrar da imagem de “interino” no Flamengo. Com um elenco milionário em mãos, não suportou a pressão externa e até mesmo interna e deixou o clube da Gávea após anos de serviços prestados desde a base. Porém, mais difícil ainda foi aceitar o desafio de assumir logo na sequência o maior rival, o Vasco, com um grupo bem mais modesto e que, até então, brigava contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Quando seu antecessor, Milton Mendes, foi demitido, o time de São Januário ocupava a 16ª colocação na tabela e estava apenas dois pontos à frente do São Paulo, equipe que encabeçava a zona de descenso na ocasião. O Cruzmaltino também era uma verdadeira “peneira”, com a defesa mais vazada da competição.

Não bastasse um cenário de quase “terra arrasada”, Zé Ricardo ainda precisava mudar o ambiente pesado do vestiário, fruto do relacionamento ruim de Milton Mendes com muitos do elenco. E foi o que aconteceu logo de cara.

De perfil agregador, melhorou o astral interno e jogadores até então insatisfeitos voltaram a render, casos de Nenê e Madson, por exemplo.

À frente do Vasco em 15 jogos, soma seis vitórias, sete empates e apenas duas derrotas, que colocam o Cruzmaltino com grandes chances de se classificar para a Copa Libertadores de 2018 na última rodada do Campeonato Brasileiro, que acontecerá neste domingo (3).

“O Zé Ricardo tem uma grande parcela nessa campanha. Ele é muito bom não só para o vestiário como também taticamente”, disse ao UOL Esporte um funcionário do clube. Ídolo vascaíno, o ex-atacante Edmundo, hoje comentarista da Fox Sports, criticou a escolha do Flamengo em demitir Zé Ricardo para contratar o colombiano Reinaldo Rueda.

“Não devia ter tirado o Zé. Ele oscilou, mas ia retomar o rumo de volta. Só que os dirigentes, sabe o que fazem? Não é Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo... Qualquer time do Brasil: eles arrumam um escudo. E quem foi o escudo dessa vez no Flamengo? Tirar o Zé Ricardo, que infelizmente ainda não é um técnico com grife. Trouxeram um técnico que todo mundo queria (Rueda). Colocou um escudo, agora tem que proteger ele”, disse em participação no programa “Expediente Futebol”.

Discreto, Zé Ricardo segue trabalhando e pede concentração nos dias que antecedem a decisão contra a já rebaixada Ponte Preta, neste domingo, às 17h, em São Januário.

“O trabalho mental e a concentração na próxima semana vão ser importantíssimos. No jogo nem se fala. Precisamos descansar, preparar a equipe e trabalhar bem. Depois de tantas tentativas, conseguimos dormir no G-7. Agora é ter a cabeça no lugar”, declarou.

“Ressuscitou” jogadores

Nenê voltou a jogar bem sob o comando do técnico Zé Ricardo  - Carlos Gregório Júnior / Flickr do Vasco - Carlos Gregório Júnior / Flickr do Vasco
Imagem: Carlos Gregório Júnior / Flickr do Vasco

Internamente, Zé Ricardo é visto como grande responsável pelo ressurgimento de Nenê e Madson. O meia, que chegou a treinar em separado e pediu para sair do clube, recuperou a alegria e voltou a ser peça fundamental do time, colaborando com gols e assistências. O lateral direito, que sequer foi relacionado em algumas partidas com Milton Mendes, quase foi para o Botafogo, mas a negociação não chegou a um acordo. Com o novo treinador, ele recuperou a vaga de titular e não saiu mais.

Zé ainda voltou a dar utilidade ao jovem meia Evander e ao volante Wellington, até então criticado por parte da torcida.