Santos "culpa" Dorival por L. Donizete e tenta mandar volante para o Chipre
O Santos está tentando se livrar do volante Leandro Donizete, contratação mais contestada da gestão do presidente Modesto Roma. O clube paulista admite que o reforço não vingou e se defende dizendo o atleta só foi contratado por conta de uma indicação do então técnico do time, Dorival Júnior, hoje no São Paulo e demitido em junho na Vila Belmiro.
Sem interesse em Leandro Donizete para 2018, a diretoria santista pretende utilizar o veterano como “moeda de troca” na janela de transferências. O trabalho neste sentido, inclusive, já começou. O UOL Esporte apurou que o Santos ofereceu o jogador ao Apoel, do Chipre, mas ouviu ‘não’ dos cipriotas.
“Toda a contratação tem seus erros e acertos. O treinador [Dorival Júnior] pediu na época e temos de respeitar o pedido dos técnicos. Não deu certo. O Bruno Henrique, por exemplo, deu certo. O Leandro Donizete não engrenou, mas é um grande jogador. Dispensado nunca pode ser, pois o contrato de jogadores tem proteção e seria um absurdo ter de pagar todo o salário do contrato dele”, afirmou Modesto Roma à reportagem.
A idade elevada de Donizete, 35 anos, e o seu custo alto assustaram o Apoel, que descartou qualquer interesse no empréstimo do atleta. Leandro Donizete tem um dos vencimentos mais elevados do Santos (cerca de R$ 300 mil) e, por isso, é considerado muito caro para ficar fora até da lista de atletas relacionados para os jogos, como ocorre no clube paulista. Ao todo, o volante disputou 22 jogos, nove pelo Campeonato Brasileiro. Foram 14 como titular e oito entrando durante os jogos. Ele tem contrato até 31 de dezembro de 2019.
A última partida que ele fez foi na eliminação para o Barcelona do Equador, nas quartas de final da Copa Libertadores da América, em 20 de setembro, na Vila Belmiro. A escalação de Leandro Donizete por conta de Levir Culpi, inclusive, pesou na demissão do treinador. Além de Leandro Donizete, o Santos também ofereceu Thiago Ribeiro, em fim de contrato, mas foi recusado da mesma forma.
Uma comitiva do Apoel, formada pelo presidente Prodomos Petrides e o chefe do departamento de observação, Rodolfo Vaz, esteve no Brasil recentemente e, acompanhada de seu representante na América Latina, Rodrigo Costa, foi até o Santos. O objetivo é estabelecer uma parceria para troca de jogadores e também intercâmbio de informações em outras áreas, mas as conversas esbarraram inicialmente nos nomes colocados na mesa pelo alvinegro praiano.
O Apoel prega que a visita se tratou apenas de uma cortesia aos brasileiros após a tentativa frustrada de contratar o prata da casa Caju, no meio do ano.
Ex-zagueiro com passagem por Palmeiras, Grêmio e pelo próprio Santos, Rodrigo Costa está à frente do assunto e fechou acordo com o Atlético-PR após reunião com Paulo Autuori na última semana. Como fruto da parceria, o atacante Dellatorre, que se encontra emprestado na Tailândia, será repassado ao Apoel a partir de janeiro.
A intenção é colher frutos semelhantes também com o Santos. Os atletas colocados à disposição estão sendo estudados pelo português Rodolfo Vaz, que trabalhou por nove anos mapeando o mercado para o Benfica.
Não está descartado nas conversas que o Apoel também mande jogadores para o Brasil. O clube, que está na fase de grupos da Liga dos Campeões, pretende fazer a sua pré-temporada durante a Copa do Mundo de 2018 no país e cogita Curitiba.
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