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Dorival celebra resgate de Cueva: "Era o grande problema do São Paulo"

Cueva é um dos destaques do São Paulo na temporada - Alexandre Schneider/Getty Images
Cueva é um dos destaques do São Paulo na temporada Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/11/2017 11h59

Antes questionado em um início de ano tumultuado, Christian Cueva, hoje, é um dos destaques do São Paulo. O técnico Dorival Junior exaltou sua participação no trabalho de recuperação do atleta que, segundo ele, era um dos grandes problemas do time.

“Tem dois fatos importantes, Tem que ter igualdade no tratamento as pessoas, ter seus direitos aliados aos deveres. O Cueva, quando cheguei, era o grande problema do São Paulo. Todos (os problemas) giravam em torno dele. Todos questionavam que ele não rendia o mesmo do que na seleção peruana, que ele estava totalmente fora do processo do São Paulo, que ele não se doava. Aos poucos ele foi resgatando tudo isso, foi percebendo, sentiu confiança no trabalho desenvolvido”, contou Dorival em entrevista à ESPN.

O treinador ainda lembrou que viveu um processo semelhante no Santos, quando teve que lidar com questionamentos em relação a Lucas Limas.

“Nossa comissão deu atenção a todos os jogadores, em especial também ao próprio Cueva. Muitos passaram daquele envolvimento inicial para um comprometimento maior Eu sinto que ele abraçou essa ideia, acreditou nesta condição. Isso aconteceu com o Lucas Lima no Santos (quanto Dorival estava lá), que também acreditava no que estava passando. Quando se tem lealdade e você passa confiança, você consegue exigir tudo que ele possa render”, acrescentou o treinador tricolor.

O treinador, inclusive, disse que a queda de produção nos últimos quatro jogos, nos quais o São Paulo empatou três e perdeu uma, está relacionada à ausência de Cueva, que estava defendendo a seleção peruana.

"Nós temos uma equipe e dependemos muito destes jogadores. Quando tivemos a perda de um jogador como o Cueva, é normal que tenha uma queda", disse. 

Veja outras declarações de Dorival à ESPN Brasil.

Seria diferente com Ceni?
"Eu poderia ter chegado antes mas talvez não tivesse encontrado um caminho. Não tem como imaginar que fosse diferente (com o Ceni ou com ele antes). Sinto que muita coisa aconteceu no São Paulo, para melhor. Com a própria chegada pode ter tido um comprometimento maior. Mas é um campeonato difícil. Eu acho que por tudo que foi feito, saio muito satisfeito (da temporada)".

Reforços
"Não sei se vamos ter condições de ter todos que queremos. Independente de talvez não possamos ter essa possibilidade, não posso ficar entregando nomes, posições, senão comprometo o meu grupo". 

Lições
"Acredito muito nesse início. O que precisamos é pensarmos daqui para frente e não voltar a repetir (uma temporada como essa). De modo geral saímos devendo ao torcedor. É muito pouco o que fizemos, o que foi só uma saída de zona do rebaixamento. Queremos a Sul-Americana, talvez um resquício de Libertadores, sim. O São Paulo tem que aproveitar o momento e repensar seu futuro". 

Importância da torcida
"Finalizamos o campeonato com uma equipe que é respeitada, que sabe se impor dentro e fora de casa. Tivemos muitos momentos negativos, mas também muitos positivos que superaram o momento anterior. Mas é claro que não é o ideal. A torcida nos deu muito e nos cobrou pouco. Participou da recuperação e deu uma demonstração que não precisa usar de violência para cobrar uma equipe de futebol, não precisa apertar no aeroporto. Mas pode mostrar um outro lado, O exemplo dela foi fundamental, e espero que seja exemplo para outras.  Nós sentimos (os torcedores) como alicerces para sair deste momento". 

Lugano e Denis
"Nós tivemos jogadores que foram fundamentais. Cito dois que não vinham atuando. Lugano e Denis foram não só profissionais, mas acima do que eu esperava, mas da maneira como eles se comportaram, mesmo não jogando".

Dificuldades de sair da zona do rebaixamento
'É uma situação bem complicada. Não pense que seja simples. Às vezes ouço que temos bons jogadores, isso é fato, mas tem um aspecto que é muito importante, mas infelizmente ele foi montado durante o Brasileiro, onde as vezes a primeira equipe acaba perdendo pata equipes da zona do rebaixamento, tivemos esse exemplo com o Palmeiras perdendo para o Avaí (na segunda-feira). Para vocês verem um equilíbrio que teve neste campeonato. Quando pega em formação, os problemas se avolumam em uma equipe que não está preparada para passar por momento como esse. O que tivemos de colocar de todas as pessoas envolvidas neste complexo que é o São Paulo, com relação a fisiologia, fisioterapia, etc....  Todos deram contribuições muito valorosas. Não foi só colocar uma equipe em campo, todos sabem. Por isso valorizo tudo que passei ao longo destes 4 primeiros meses no clube'.

Time grande cai?
"Não é um processo fácil. Fico imaginando o que Carille passou por uma oscilação do Corinthians, e se assemelha muito entre as equipes de baixo e as que estão brigando por cima. Situações semelhantes com outra conotação, mas muito iguais. Todo mundo diz: time grande não cai. Mas cai sim... se você não tem um trabalho organizado que não flua para um caminho único, o risco é muito grande. Tudo que o São Paulo tem que servir como aprendizado, não pode ser apagado. Não sei o que vai acontecer daqui para frente, mas não pode passar. Não desejo que passe esse tipo de situação" 

Começo de dificuldades
“Eu tinha noção do que enfrentaria. Quando tive o primeiro contato, disse que seria difícil até o final do primeiro turno. Não teríamos oportunidade de entrar com um trabalho de resultados rápidos, só viria a acontecer a partir da penúltima ou última rodada do primeiro turno até as 8 primeiras do segundo turno, quando teríamos mais treinos... As rodadas foram complicadas, tivemos partidas vitoriosas, mas as oscilações aconteceram. Depois do tempo de trabalho, começamos a implantar o que queríamos e o segundo turno foi mais bem equilibrado. Ficamos entre a segunda e terceira campanha (do segundo turno) por um bom tempo”.