Ele fez golaço em estreia como titular. Mas viu Palmeiras levar de 7 a 2
![Corrêa defendeu o Palmeiras por cinco anos em duas passagens pelo clube alviverde - Leonardo Soares/UOL](https://conteudo.imguol.com.br/2012/10/02/correa-volante-do-palmeiras-em-acao-durante-partida-contra-o-millonarios-1349229357819_615x300.jpg)
23 de abril de 2003. A data ficou marcada na vida profissional de Corrêa. Por um lado, positivamente: foi o dia em que estreou como titular com a camisa do Palmeiras, principal clube de sua carreira. Em contrapartida, o volante que tinha sido contratado após se destacar no São Bento fez parte de um dos momentos mais trágicos da história alviverde: a derrota por 7 a 2 para o Vitória, pelas oitavas de final da Copa do Brasil de 2003, no Parque Antárctica.
Corrêa, ao menos, pôde comemorar o fato de ter feito um golaço de falta, quando o placar já apontava 6 a 1 para o time baiano - adversário que, coincidentemente, havia cravado o rebaixamento do Palmeiras para a Série B na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2002.
Coube ao goleiro Marcos, que um ano antes havia sido um dos destaques da seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002, tornar-se o principal protagonista da desastrosa partida palmeirense: depois de cometer um pênalti na etapa inicial, o camisa 12 do Palmeiras proporcionou uma cena bisonha ao furar a bola e praticamente dar o gol de presente - o sétimo do Vitória - para Nadson, que estava em noite inspirada e balançou a rede quatro vezes.
Aos 36 anos, Corrêa já está fechado com o Ituano para disputar a Série A-1 do Campeonato Paulista de 2018. E ainda não pensa em encerrar carreira. "Eu sigo o jogo. Me preparei para chegar nessa idade. Lógico que eu sei que está mais perto do fim do que do começo, eu tenho essa consciência, mas enquanto corpo e cabeça estiverem caminhando juntos e eu tiver também colaborando, vou continuar", diz o meio-campista.
VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:
COMO CORRÊA CHAMOU A ATENÇÃO DO PALMEIRAS
A SAÍDA DO PALMEIRAS: SONHO DE JOGAR NA EUROPA
Na verdade, todo atleta quando começa a carreira tem um sonho: ir para um time grande, ir para a Europa e chegar à seleção brasileira, esse é o objetivo de todos. Na época eu tinha 192 jogos pelo Palmeiras e tive a proposta do Dínamo de Kiev, que é um time tradicional, conhecido, e com oportunidade de disputar competições internacionais... Tirando a Copa do Mundo, a Champions League, que eu tive a oportunidade de disputar, é a segunda maior competição, e também tive a oportunidade de ver outra cultura, de abrir outro mercado, então foi isso que me motivou. E também a proposta era muito interessante para todo mundo e acabou dando certo.
AFASTAMENTO NO FLA FOI ORDEM DE LUXEMBURGO
Eu fui para o Flamengo em 2010. Foi um ano muito difícil para o Flamengo, talvez o mais difícil. Foi o ano que deu todo aquele rolo do goleiro Bruno e outras coisas que aconteceram na época, e o Flamengo fez um Brasileiro muito ruim. O próprio Vanderlei Luxemburgo voltou ao Flamengo e a gente terminou o ano próximo à zona do rebaixamento, 14º colocado, e quando a gente voltou de férias, em 2011, no primeiro dia de treino eu recebi a ligação do Isaias Tinoco, gerente de futebol, dizendo que eu estava afastado e que ia ficar treinando separado - eu e mais alguns atletas. E eu acabei não viajando, acabei sendo afastado e fiquei um período inativo no clube, treinando todos os dias, cumprindo o que era determinado, e acabei não jogando.
NÃO GUARDA MÁGOA DO FLAMENGO: "PRIVILÉGIO"
Mágoa não, o Flamengo foi muito correto comigo, me pagou, recebi tudo certinho. Tudo o que eu precisei, a nível de estrutura, o Flamengo foi muito solícito. Não tenho mágoa nenhuma, só agradecimento, o privilégio de ter jogado no maior time do país e do mundo também. Eu só penso assim, que foi conduzido de uma forma errada, prejudicando o atleta, e se ver o meu perfil, eu nunca fui um cara que causasse tumulto, indisciplinado... Foi uma coisa totalmente estranha que aconteceu e acabou me prejudicando, eu perdi cinco, seis meses, fiquei sem atuar, e a consequência não é só imediata. Imagina: aqui no Brasil, sem atuar, e você volta para o Dínamo... Até você reconquistar espaço e tudo mais, foi um período difícil, mas foi superado.
A VOLTA AO PALMEIRAS E O REBAIXAMENTO EM 2012
O time acabou não encaixando depois da conquista da Copa do Brasil e, de repente, achou-se que seria muito simples chegar aos pontos necessários para não cair. Só que em time grande, quando as coisas vão passando e não vão acontecendo, vai ficando mais difícil. Tem a pressão de cada um, a pressão externa, e acabou não dando certo. Foi turbulento. A gente até chegou a ganhar alguns jogos dos concorrentes diretos, mas infelizmente aconteceu essa tragédia aí.
PASSAGEM PELA PORTUGUESA E O CASO HÉVERTON
O futebol parte de organização em primeiro lugar. Este tipo de informação parte de cima, por isso que existem os advogados, as pessoas que são responsáveis por essas áreas, e o Héverton não pode ser o responsável por ter entrado num jogo, todos que faziam parte daquele momento não tinham nem ideia, noção, de ele não poder estar ali, tanto que ele entrou e a gente já tinha conquistado em campo o objetivo de não cair. Então essa desorganização, essa troca de informação errada, acabou prejudicando todo um histórico do clube. O time saiu da Série A para hoje não estar nem na Série D, então, para gente que viveu o dia a dia e conheceu o dia a dia interno do clube, é até certo ponto revoltante, porque nós jogadores demos a vida ali. Sem contar que nos últimos três meses a gente jogou sem receber, segurou até o final.
FORTALEZA: 'FOI UM PERÍODO MUITO BOM'
No Fortaleza eu fiquei três anos: 2014, 15 e 16, foram mais de 100 jogos com a camisa do Fortaleza. Fui bicampeão estadual lá, foi um momento muito bom. Eu só saí de lá porque infelizmente a gente acabou batendo na trave três vezes no acesso, senão eu estaria lá até hoje. A minha família adora lá, os meus filhos falam que querem morar em Fortaleza, minha esposa também... Foi um período muito bom.
O GOL MAIS BONITO DA CARREIRA: OLÍMPICO
O gol olímpico no Paulista de 2004 contra o Paulista de Jundiaí. Nós ganhamos de 5 a 2. Foi o mais bonito da carreira, pela dificuldade que é fazer um gol olímpico.
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