Demitida, Emily critica Cunha e falta de respaldo: Meu problema tinha nome
Com dez meses de trabalho, a técnica Emily Lima foi demitida da seleção feminina de futebol na manhã desta sexta-feira sob a alegação de maus resultados. Em contato com o UOL Esporte, a treinadora defendeu seu trabalho e disparou contra o coordenador da seleção, Marco Aurélio Cunha.
Para ela, o ex-dirigente do São Paulo foi o seu maior empecilho para permanecer no cargo. Serena, a treinadora afirmou que não se surpreendeu com a decisão da CBF em virtude da deteriorada relação com Cunha.
"Eu já esperava mais ou menos (a demissão), porque eu não tinha respaldo do meu coordenador, o Marco Aurélio. O que eu fazia era errado. Trabalhar para ele era errado. Então eu já sabia que qualquer vacilo que acontecesse...", apontou Emily.
Ela evitou entrar em detalhes, mas explicou que optou por não abrir mão dos seus princípios para manter-se no cargo. "Eu não perdi nenhum dos meus princípios e isso é o que me importa. Não preciso puxar saco de ninguém, e não precisei fazer nada de ninguém para assumir a seleção. Ou ao mesmo tempo puxar o saco de alguém para não ser mandada embora. Eu acho que tudo tem um início e o final", disse.
Mesmo o motivo que teria causado a demissão foi contestado por Emily. "Eu acho que o problema ali era com uma pessoa só. O problema ali já tinha nome. E como eu via muita coisa errada, e eu não me segurava, eu falava porque eu sou assim. Eu gosto das coisas corretas, porque se eu aceito a coisa errada eu estou fazendo a parte dela. Então eu comecei a bater muito de frente e não deu muito certo", lamentou.
Procurado pelo UOL Esporte, Cunha disse que não esteve na reunião que definiu a saída da treinadora e foi informado posteriormente. "Eu não tenho nada a dizer. Eu não vou entrar em debate com a Emily. Eu tenho respeito por ela, consideração. Eu fiz tudo que eu pude na gestão dela e dei tudo o que ela pediu. Ponto", afirmou o coordenador.
Durante o tempo de trabalho, Emily procurou integrar a base (Sub-17 e Sub-15), acompanhou a implementação da base de dados no futebol feminino e promoveu a vinda de uma coach esportiva, Sandra Santos. As atletas chegaram a fazer até um pedido ao Marco Polo pela permanência da treinadora, que vinha de cinco derrotas e um empate nos últimos seis jogos no comando da equipe.
Com a saída de Emily, o nome mais cotado para assumir a seleção é Oswaldo Alvarez, o Vadão, justamente o antecessor de Emily no comando.
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