Visitante incômodo: com Mancini, Vitória tem aproveitamento de G-4
O resultado de 1 a 0 sobre o Corinthians, no último sábado (19), pelo Brasileirão, não significou para o Vitória apenas a derrubada da invencibilidade do líder na competição. Além dos três pontos conquistados na Arena em Itaquera, os jogadores rubro-negros se reapresentam na Toca do Leão nesta terça-feira (22) trazendo a confiança de uma equipe que vive franca recuperação após a chegada de Vagner Mancini.
Em apenas cinco jogos, o técnico mexeu com as estruturas da equipe. Embora o Vitória ainda esteja no Z-4, bons resultados já apareceram. São três vitórias, um empate e uma derrota sob comando de Mancini. Dez pontos ganhos de 15 disputados: um aproveitamento de 66%, número de times que disputam a parte de cima na tabela. Antes de sua chegada, o time havia ganho apenas 12 de 48 disputados (25%).
Em termos de comparação, é o mesmo desempenho do líder Corinthians nos últimos cinco jogos, ficando atrás apenas do Atlético-PR, que venceu quatro das últimas cinco partidas, deixou a parte debaixo da tabela e hoje já está na briga pela Libertadores. Desde a chegada de Mancini, o Vitória tem sido mais eficiente que Flamengo, Palmeiras, Santos e Atlético-MG, por exemplo.
Três fatores foram centrais para a reação. O primeiro e mais importante deles foi a mudança no sistema defensivo. Mancini assumiu o Vitória com uma das defesas mais vazadas da competição, tendo sofrido 29 gols até a 16ª rodada. Nas últimas cinco partidas, o time tomou apenas dois gols.
Taticamente, a solução encontrada pelo treinador foi escalar a dupla de zagueiros, formada por Wallace e Kanu, protegida à frente pelo também zagueiro Ramon, mas que vem atuando bem como volante. No mais, a equipe tem sido mais compacta na marcação e mais atenta nas coberturas e movimentos defensivos.
O segundo elemento que explica a reação do Vitória decorre do primeiro. Como tem sido mais sólida e sofrido menos gols, a equipe também precisa balançar menos as redes para vencer. E assim tem tido bom desempenho como visitante.
Antes de bater o Corinthians na Arena em Itaquera, o Leão baiano já havia vencido o Flamengo na Ilha do Urubu e arrancado empate contra o Cruzeiro no Mineirão. Nesses três jogos fora de casa, conquistou sete pontos de nove disputados. De presa fácil, o Vitória passou a ser visitante "indigesto" sob comando de Mancini.
A terceira e última variável que ajuda a explicar a recuperação do Vitória diz respeito à capacidade mostrada pelo treinador de gerenciar um grave momento de crise. Quando Mancini foi contratado, o então diretor de futebol Petkovic acabara de ser demitido pelo presidente em exercício do clube, Agenor Gordilho, que também assumira o cargo poucos dias atrás.
Ele chegou sob a avaliação de que é um bom gestor de pessoas e havia deixado boa impressão nos clubes pelos quais passou, ouviu a reportagem de dirigente rubro-negro. Além disso, ele é o treinador que mais vezes comandou o Vitória, com mais de 150 jogos oficiais à frente da equipe. Isso lhe deu respaldo junto a boa parte da torcida, que depositou crédito no treinador, e principalmente no vestiário com os jogadores, cuja parte estava insatisfeita com o trabalho de Alexandre Gallo.
Isto é, em poucos menos de um mês no comando do Vitória, Mancini recuperou a confiança dos jogadores para reagir no Brasileirão, proporciona clima de paz nos bastidores do clube e vê os primeiros resultados corresponderem ao bom trabalho. O Vitória ainda está três pontos da primeira equipe fora da zona de rebaixamento e apresenta limitações técnicas, mas dá esperança de permanência na Série A ao seu torcedor.
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