Pressão ou paz para Ceni? Mudanças no elenco dividem opiniões no São Paulo
Rogério Ceni, após a derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR na última quarta-feira, lamentou a necessidade do São Paulo de reformular o elenco com a temporada em andamento. "Times vencedores se mantêm", explicou o técnico, que agora vê dirigentes, conselheiros e até jogadores dividirem opiniões sobre os efeitos desse fluxo de chegadas e partidas de jogadores.
Desde o fim de dezembro, saíram 17 atletas, entre empréstimos e vendas: Hudson, Jean Carlos, Kelvin, Mena, Ytalo, Michel Bastos, Matheus Reis, Carlinhos, David Neres, Daniel, Pedro, Robson, Lyanco, Neilton, Breno, Wellington e Luiz Araújo. O clube ainda está perto de definir as saídas dos zagueiros Lucão e Maicon.
Por outro lado, no mesmo período chegaram 13 nomes: Neilton, Sidão, Wellington Nem, Cícero, Pratto, Jucilei, Thomaz, Edimar, Marcinho, Morato, Maicosuel, Denilson e Gomez. Nos próximos dias, chegarão outros três: Arboleda, Petros e Matheus Jesus.
A corrente que prega por mais paz para Ceni, mais recorrente no departamento de futebol e no CT da Barra Funda, acredita que não será fácil fazer os novos reforços se adaptarem ao clube e encontrar um esquema ideal para o novo elenco que se forma. Pensam que as mudanças em excesso são prejudiciais e que será preciso mais paciência e tempo até que o Tricolor se encontre no Campeonato Brasileiro.
Os jogadores remanescentes endossam esse coro dos prejuízos causados pela rotatividade no elenco. Isso tem feito com que haja sempre uma adaptação a ser feita no sistema de jogo, aumentando a exigência de concentração para que as estratégias de Ceni sejam cumpridas. Em contrapartida, alguns atletas pensam que, diante de tantas mudanças, o técnico poderia ser mais conservador e arriscar menos. Ainda assim, seguem convictos de que o trabalho diário e o desempenho nos jogos logo superarão a desconfiança pela falta de resultados.
Entram, então, os mais críticos ao trabalho de Ceni. A visão é de que entre 20 saídas e 17 chegadas, o elenco está cada vez mais qualificado. Acreditam que, exceção feita a Maicon e Luiz Araújo, nenhum outro jogador negociado interferiu diretamente nos planos de jogo apresentados pelo técnico. Esses dois, aliás, se juntam a David Neres como as únicas das baixas que não tinham o aval da comissão técnica.
Com um elenco melhor, principalmente resolvendo as reclamações de Ceni sobre o nível das peças de reposição, acreditam que o treinador deve ser muito mais cobrado agora. Por mais que levem em consideração o tempo de adaptação dos reforços, a posição é de que com seis meses de trabalho já seria possível ter uma solidez maior para que novas peças não custassem a se encaixar e render.
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