Oito maneiras em que o árbitro de vídeo pode mudar o futebol
O futebol que nós conhecemos vai gradualmente ganhando uma cara de século 21. Ainda mais neste momento, em que a Fifa parece decidida a fazer o árbitro de vídeo migrar do caráter de teste para um status de realidade. Estamos vendo na edição 2017 da Copa das Confederações como o jogo será afetado na prática. Mas, muito além das questões do apito, o uso da tecnologia tende a influenciar a cultura deste esporte, de comemoração de gol a comportamento da torcida.
Esta é a terceira vez que o VAR (Video Assistant Referee) está sendo testado em um torneio Fifa. A tendência é que o árbitro de vídeo seja confirmado para a Copa de 2018 – em março do próximo ano a "International Board", entidade responsável pelas regras do jogo, baterá o martelo.
Quando o VAR pode ser utilizado
Não é em qualquer situação de jogo. São quatro momentos que permitem a mudança de decisão da arbitragem. São eles: gols (para validar ou anular), pênaltis, cartões vermelhos e confusão da identidade de jogadores. A orientação da Fifa é que o vídeo só entre em ação quando detectar um "erro claro" do apito, procurando evitar interferência em lances de interpretação.
Como funciona o VAR
Quatro profissionais trabalham em uma sala de controle dentro do estádio, mas sem visão direta para o gramado. Neste recinto trabalham o árbitro VAR, o auxiliar VAR, um auxiliar somente para prestar atenção em impedimentos e um operador de vídeo. O líder desta equipe tem um canal de comunicação com o juiz de campo.
Questões técnicas à parte, veja como o árbitro em vídeo pode impactar o futebol:
1. Mão no ouvido do árbitro = apreensão
Quando o juiz pressiona o fone de ouvido para escutar os colegas da sala de controle é sinal de que tem polêmica em campo. A partir deste momento, alguns segundos irão transcorrer até que a decisão sobre um gol ou outro lance capital seja mantida ou revista. Este gesto singelo deve começar a provocar taquicardia em alguns torcedores.
2. Técnicos e torcida vão consagrar "gesto da TV"
Assim como acontece em outras modalidades, o pedido de revisão pela TV tende a virar comum no comportamento de técnicos na beira do campo – e mesmo de torcedores nos estádios. Ainda é difícil de imaginar o torcedor de futebol padrão reproduzindo o gesto em forma de quadrado (ou retângulo), mas é possível que ele vire um hábito.
3. Comemoração de gols estilo NFL
"Com grito em duas etapas, vamos ter que nos acostumar", disse Luis Carlos Júnior, narrador do Sportv, em uma transmissão da Copa das Confederações. A pausa dramática para a confirmação de um ponto é bastante comum no futebol americano, por exemplo (no caso, lá é com o touchdown). Será que o grito de gol vai ser o mesmo com essa interrupção?
4. A torcida do sofá vai entender melhor
Pelo menos nas experiências já efetuadas, o torcedor presente no estádio parece ficar meio perdido quando o árbitro em vídeo é solicitado. Fica o sinal de revisão no telão, e nada mais. Já o espectador que acompanha a ação em casa pela televisão tende a ficar mais situado, com a ajuda do replay e dos comentários da equipe de transmissão.
5. Comemorar olhando para o telão
Vire e mexe um jogador que marca um gol sai correndo para comemorar de olho na reação do árbitro ou do assistente. Costuma ser um indício de que existe alguma polêmica a respeito do lance. A partir de agora, é possível que o telão do estádio vire um novo ponto de conferência, se pintar o sinal do VAR.
6. Meta de inibir as simulações (o famoso "cai-cai")
Uma das expectativas da Fifa é que a introdução do sistema de arbitragem em vídeo em torneios importantes passe a inibir as tentativas de simulação de falta. Caso comprove ser eficiente, o VAR pode aos poucos estimular uma cultura mais ética de comportamento por parte dos jogadores. Pelo menos essa é a crença da entidade.
7. Reclamações exaltadas estão condenadas
Caso a incidência de erros de arbitragem desabe, com a interferência em vídeo, as discussões ríspidas entre juízes e jogadores tendem a também diminuir. Este é um desafio cultural e tanto, principalmente no futebol sul-americano. A aposta da Fifa é que a eficiência da nova tecnologia desestimule os atletas de perfil mais "reclamão".
8. Será o fim dos comentaristas de arbitragem?
Não é bem assim, a julgar pelas polêmicas testemunhadas até o momento na Copa das Confederações, principalmente no jogo entre México e Nova Zelândia. Os erros capitais podem até cair com o tempo, mas por outro lado existirá uma necessidade de didatismo – alguém para explicar com clareza o que está acontecendo.
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