T. Neves lembra vida no Oriente Médio e rigidez dos árabes com religião
A tranquilidade que tem no Cruzeiro nem sempre foi uma tônica na vida de Thiago Neves. Pelo contrário. As passagens por Al Hilal, da Arábia Saudita, e Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, fizeram o meia-atacante encontrar dificuldades.
No quesito segurança, o brasileiro de 32 anos diz jamais ter se assustado. Nem a Primavera Árabe - onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de 2010 - foi capaz de assustar o jogador.
Em entrevista ao UOL Esporte, ele conta como foram as passagens por Al Hilal, clube o qual defendeu nas temporadas 2009/10, 2013/14 e 2014/15, e Al Jazira, onde atuou entre 2015 e 2016. O meia-atacante revela que ficou impressionado com a cultura local:
"É bem diferente [a cultura]. Você tem de viver a cultura deles. Eles são rígidos com a questão da reza. Você tem de sair dos shoppings, lojas. Fecha tudo. Chegou um momento em que consegui me adaptar e, por isso, fui muito feliz", disse à reportagem.
Thiago Neves explica, inclusive, por que optou por deixar a Arábia Saudita para atuar nos Emirados Árabes Unidos:
"Eu fui em 2009 para a Arábia, no Al Hilal, e fiquei até 2011, quando voltei para o Flamengo. Fui em 2013 para o mesmo time, mesma cidade. Quando fui para o Al Jazira, já queria sair. Para a família, a Arábia já não estava legal. Os Emirados são mais tranquilos e por isso mudamos. Mas o clube que mais me marcou na minha vida foi o Al Hilal, por causa da Arábia", avaliou.
Principal contratação do Cruzeiro para a atual temporada, o meia-atacante conta também o motivo de sua saída do Oriente Médio e o consequente retorno ao Brasil:
"Primeiro, foi muito importante a torcida. Nunca tinha acontecido na minha vida. Teve minha volta em 2009 para o Fluminense, mas não se compara ao que a torcida do Cruzeiro fez. Foi muito importante para mim, para me dar confiança, ver o carinho da torcida com a minha contratação. O mínimo que posso fazer é tentar retribuir dentro de campo, com gols. Eu venho me preparando, ansioso, como todo torcedor. A cada dia que passa, estou vendo que o momento está chegando. Espero estrear bem e ajudar o Cruzeiro a continuar nesta sequência de vitórias", declarou.
"Achei que era o momento. Já tinha ido para a Arábia em 2008, já tinha ficado um tempo, fui agora de novo. Estava em uma situação que não era confortável no Al-Jazira. Acho que foi o momento certo, o clube certo. O Cruzeiro sempre teve uma conversa, sempre foi com calma. A gente esperou o momento certo. Por isso, a minha opção foi voltar para o Brasil agora", acrescentou.
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