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Elenco do Palmeiras se fecha por Baptista depois de críticas da torcida

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

17/02/2017 08h08

O setor norte do Allianz Parque nem esperou o primeiro tempo da partida Palmeiras e São Bernardo chegar ao fim. Torcedores, inicialmente, pressionaram o técnico Eduardo Baptista pedindo títulos em 2017. Depois, o nome de Cuca foi entoado pela maior torcida organizada do clube - do lado oposto do estádio, alguns vaiavam a atitude.

O tom crítico foi mantido na etapa final, dessa vez com torcedores comuns localizados atrás do banco de reservas. Bastou Baptista chegar perto da grade que separa as cadeiras do campo para quatro espectadores gritarem palavras contra o treinador do Palmeiras.

A situação do comandante alviverde foi mencionada pela maioria dos jogadores ao fim da vitória por 2 a 0. O volante Felipe Melo foi o mais contundente. Segundo ele, o elenco do Palmeiras "está fechado" com Baptista.

"Estamos fechados com o treinador. Somos Palmeiras, um elenco forte, que está brigando pelos nossos ideais. Tem de dar tempo ao tempo. O importante é que nos recuperamos da derrota rapidamente. Agora vamos pensar no jogo de domingo, vai ser importante para dar sequência às vitórias", disse o jogador.

A postura do time alviverde já veio à tona durante a comemoração do primeiro gol. Dudu, depois de balançar a rede, não celebrou e correu em direção ao treinador. Depois do apito final, o meia-atacante disse que os atletas estão tentando ajudá-lo.

Mais apoio

Fernando Prass também saiu em defesa do treinador. Ele disse que as dificuldades do Palmeiras no começo da temporada passam também pelos jogadores da equipe, que precisam colocar em prática o que foi trabalhado no CT.

"O trabalho dele é avaliado em cima da nossa atuação. Ninguém vai lá no CT durante a semana ver o treino para avaliar o treinador. Eles avaliam pelo jogo. Trabalhando bem na semana não adianta nada se não desenvolver no jogo. Nós temos uma responsabilidade muito grande de fazer o que ele está pedindo para que o trabalho dele seja bem avaliado no dia da partida", afirmou o goleiro, que admitiu pressão por títulos.

"Tem uma expectativa muito grande. Tudo o que a gente fizer abaixo de ser campeão brasileiro a cobrança vai vir. Temos de ter muita tranquilidade e saber lidar com essa pressão porque afinal é um clube muito grande", completou.

A impaciência da torcida também foi citada. O zagueiro Vitor Hugo frisou que a expectativa do elenco é melhorar o desempenho à medida que mais jogos forem disputados na temporada.

"O torcedor é emocional. Se o time não marca gol, eles empurram para marcar. Eles têm de ter um pouquinho de paciência. O trabalho está começando agora. Com o tempo as coisas vão melhorar e vamos conseguir desenvolver um futebol melhor e os gols vão sair naturalmente", ressaltou.

O defensor do Palmeiras também fez elogios a Baptista. De acordo com ele, as orientações feitas por ele no intervalo ajudaram o time alviverde a vencer o jogo com os dois gols nos últimos 45 minutos.

"Ele tentou ajustar a nossa saída de bola. Não estávamos conseguindo sair, pediu para abrir mais o jogo e dar opção, abrir espaço. Isso ajudou bastante, conseguimos ficar mais com a bola no segundo tempo e não rifamos muito a bola. Foi de grande ajuda".

Em entrevista à "ESPN Brasil" na sexta-feira, o meio-campista foi mais um a defender Eduardo Baptista. "Pelo que fez no ano passado, com o título brasileiro, (a torcida) não quer ver nada menos do que isso. Por ser começo do temporada, ter mudado o treinador, a filosofia, tem que ter um pouco de paciência", disse.

"A gente sabe que tem muito a melhorar, mas ainda está no começo do trabalho e da temporada. Estamos fechados com ele sim (Eduardo Baptista). A torcida tem que ter um pouco mais de cautela e calma para cobrar e com o tempo vamos melhorar sem, sombras de dúvida", completou.