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Estudo mostra doenças encefálicas em ex-jogadores de futebol

Jeff Astle ex-jogador que dá o nome à fundação que fala da relação entre futebol e problemas encefalicos - AP Photo/PA
Jeff Astle ex-jogador que dá o nome à fundação que fala da relação entre futebol e problemas encefalicos Imagem: AP Photo/PA

Do UOL, em São Paulo

15/02/2017 14h45

Um estudo publicado no jornal Acta Neuropathologica na última terça (14) mostra que jogadores de futebol podem estar propensos a desenvolver a Encefalopatia Traumática Crônica (CTE), doença degenerativa de cérebro.

Segundo a publicação, os estudos mostram que o dobro de ex-jogadores de futebol sofreram de CTE. Anteriormente, apenas quatro atletas eram diagnosticados oficialmente com o problema.

Apesar do estudo apontar o problema em estudos pós-morte em ex-jogadores de futebol, os profissionais e pesquisadores da área alertam que nem todos os pontos da doença são diretamente associados à pratica de futebol . “Essa doença pode aparecer em diferentes pessoas. Só depende dos impactos que são sofridos na cabeça”, explica o diretor do Centro de Encefalopatia Traumática Crônica da Universidade de Boston, Ann McKee.

O estudo investigou o estilo de vida e a carreira de 14 jogadores de futebol que tiveram demência, 12 deles morreram por conta de demência avançada. Seis deles tiveram exames feitos após a morte, todos autorizados pela família e então quatro novos casos de CTE foram confirmados.

Todos os seis também tinham sinais de Alzheimer, apesar da doença não estar totalmente relacionada com a CTE.

“Esta é a primeira vez que CTE foi confirmada em um grupo de ex-jogadores de futebol”, contou a doutora Helen Ling, da University College London. “Todos eles sofreram golpes pequenos na cabeça centenas de vezes.

“Sublinho esta é uma seleção muito pequena de jogadores ", disse Huw Morris, professor de neurociência clínica no Instituto UCL de Neurologia, que trabalhou no estudo “E são pessoas com uma quantidade muito elevada de jogos e exposição ao risco”, completou. 

Em 2016, a Fundação Jeff Astle afirmou que mais de 250 ex-jogadores de futebol sofrem de alguma forma de doenças neurodegenerativas.