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Nos EUA, goleiro entra em coma após dividida e acorda falando espanhol

Do UOL, em São Paulo

28/10/2016 20h10

Reuben Nsemoh é um adolescente dos Estados Unidos. Aos 16 anos, joga futebol – é goleiro – e estuda. Entretanto, esta rotina comum foi interrompida nas últimas semanas por um acidente inesperado.

Em setembro, Reuben estava disputando uma partida de um torneio escolar na cidade de Snelville (região metropolitana de Atlanta) quando levou a pior em uma dividida. Teve sua cabeça chutada e saiu de campo desacordado. Foi para o hospital e passou três dias em coma.

“A ambulância chegou, e eles (médicos) disseram que ele estava tendo convulsões porque possivelmente estava com sangramentos no cérebro”, contou Bruno Kalonji, técnico da equipe do adolescente, à WSB, emissora de rádio e TV de Atlanta.

Reuben Nsemoh (foto) já voltou a falar inglês; apesar de não ter voltado a jogar, diz que não pretende abandonar o esporte - Acervo pessoal - Acervo pessoal
Reuben Nsemoh (foto) já voltou a falar inglês; apesar de não ter voltado a jogar, diz que não pretende abandonar o esporte
Imagem: Acervo pessoal
Quando saiu do coma, Reuben não conseguia mais falar inglês e só se comunicava em espanhol fluente. E nem o adolescente soube explicar o porquê.

"Eu não falava bem, mas meu irmão é realmente fluente em espanhol. Então ele meio que me inspirou”, teorizou o jovem. “Meus amigos sempre falaram espanhol comigo e disseram que me ensinariam”, completou.

Segundo os médicos que atenderam Reuben, o jovem pode ter sofrido um caso de Síndrome do Sotaque Estrangeiro (FAS, em inglês). Nesta condição, pacientes submetidos a algum trauma sofrem um pequeno dano cerebral que provoca alterações na fala nativa, adotando eventuais registros subconscientes.

Apesar do susto, Reuben já voltou a falar inglês. Ainda não voltou aos gramados, mas espera fazê-lo logo.

“É minha paixão. É o que eu quero fazer como carreira”, contou ele, que conta com a compreensão da mãe, Dorah Nsemoh. “Ele é um lutador. Se ele me diz ‘mãe, eu estarei bem’, então eu fico OK”, conta Dorah.