PM fala em atitude covarde e pede punição severa a corintianos
O tumulto e as prisões realizadas após a partida entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã, foram resultado de uma "atitude covarde" de alguns torcedores corintianos. Essa é a avaliação do major Silvio Luiz, comandante do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádio) da PM-RJ (Policia Militar do Rio).
Menos de 24 horas após 42 torcedores do Corinthians terem sido levados do Maracanã para a delegacia, o major concedeu uma entrevista ao UOL Esporte. Ele lamentou a agressão de policiais que trabalhavam na segurança do jogo e pediu uma "punição severa" aos que se envolveram na confusão do domingo (23).
"Esperamos uma punição severa'", afirmou o major. "É preciso dar uma resposta para que esses torcedores sejam mesmo levados a julgamento."
Os torcedores aos quais Silvio Luiz se referiu são os que foram detidos pela PM-RJ após o clássico no Maracanã. Minutos antes de o jogo começar, relatou o major, eles agrediram quatro polícias que protegiam a barreira de segurança que dividia a área destinada à torcida do Flamengo à área da torcida do Corinthians.
"Os corintianos começaram a se aproximar da grade numa troca de provocações com os flamenguistas. Os polícias tentaram afastá-los e acabaram agredidos", contou Silvio Luiz. "Foi um ato covarde. Tiveram um comportamento inadequado."
Segundo o major, todos 42 os corintianos que se envolveram na confusão foram identificados e levados à delegacia. Desses, onze já foram liberados. Outros seguem detidos pela Polícia Civil à espera da audiência de custódia, que deve ocorrer nesta segunda (24.)
Defesa da operação da PM-RJ
O major do Gepe ainda respondeu às críticas sobre a atuação da polícia no domingo. O Corinthians chegou a divulgar uma nota oficial lamentando a “agressão a torcedores” no Maracanã. Já o Flamengo declarou apoio ao Gepe.
Segundo Silvio Luiz, a ação da PM foi adequada. Ele disse que os policiais agredidos defenderam-se. Já a retenção de torcedores corintianos no estádio seguiu um protocolo empregado em outras partidas e também acordos com dirigentes das torcidas organizadas.
“É normal retermos a torcida visitante no estádio para segurança deles”, explicou. “No domingo, após a confusão, conversamos com os presidentes das torcidas para que fizessemos a identificação dos envolvidos. Mulheres e crianças foram liberadas. Torcedores tiraram as camisas para que pudessemos identificar os agressores por meio de tatuagens. ”
Ainda segundo o major Silvio Luiz, havia cerca de 3.000 torcedores do Corinthians no Maracanã. Só mil foram retidos para identificação.
Trabalharam no jogo, cerca de 4 mil policiais militares. Os quatro policiais agredidos tiveram ferimentos leves.
Confusão também nas ruas do Rio
A Polícia Militar informou que houve outra ocorrência envolvendo corintianos. Após a partida, um grupo de 25 torcedores seguiu pela Rua São Francisco Xavier munido de paus e pedras.
Quatro indivíduos invadiram um condomínio para fugir da polícia, mas os 25 foram detidos. Deste, cinco torcedores portavam maconha e cocaína.
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