Gestor explica o que Dátolo poderia fazer para evitar problema com a PF
Dátolo foi liberado pela diretoria do Atlético-MG para solucionar os problemas com a Polícia Federal. O jogador é investigado por evasão de divisas pelo fato de dois amigos tentarem ir à Argentina com R$ 150 mil em espécie sem declarar à Receita Federal. Enquanto tenta se acertar com as autoridades, o UOL Esporte explica o que o meia-atacante poderia ter feito para evitar o problema.
Com o intuito de entender os possíveis desdobramentos do caso e as alternativas para o camisa 10, a reportagem contatou a Angel Sports, focada no auxílio a atletas em questões financeiras, como a ocorrida com o estrangeiro na quarta-feira passada.
Formado em gestão comercial e ativo no mercado financeiro há quase duas décadas, Márcio Cezar é um dos sócios da empresa que conta com os suportes do zagueiro Dedé, do Cruzeiro, e do centroavante Alecsandro, do Palmeiras. O gestor explica o fato:
“Os atletas e a maioria dos brasileiros pecam pela falta de conhecimento. O caso dele (Dátolo), eu posso afirmar que foi por falta de conhecimento. Por quê? A nossa empresa (Angel Sports) auxilia os jogadores. O dinheiro dele é 100% legal, ele tem contrato com o Galo. Eles pensam que podem levar o dinheiro na mala, desde que seja origem lícita. O que ele deveria ter feito? Em primeiro lugar, os amigos não poderiam levar o dinheiro para ele. Teria que ser o próprio Dátolo. O que a Polícia Federal vai entender? Que os amigos estavam vindo para pegar dinheiro”, explicou.
Em viagens para fora do país, como era o caso, as pessoas podem levar no máximo o equivalente a R$ 10 mil. Caso o montante ultrapasse este limite, requer declaração às autoridades alfandegárias. Se o procedimento correto fosse adotado, seria pago IOF – 0,38% do valor total. Dátolo, portanto, teria que desembolsar R$ 570 e estaria liberado para levar a quantia à Argentina.
“Normalmente, eles acham que têm imposto enorme, mas ele pagaria somente o IOF, que é de 0,38% em cima do montante. É simples. Se ele não levasse espécie por questão de segurança, eu abriria o cadastro para ele em um banco no Brasil e o dinheiro cairia na conta dele (na Argentina). Não precisaria correr risco de levar o dinheiro nas mãos”, afirmou Márcio.
“Isso é simples. O que ele poderia ter feito é baixar um aplicativo da Receita Federal para declarar (DPV). Aí era só mostrar a tela. Ele passaria pela alfândega, os agentes contariam os números e pediriam para mostrar o contrato de trabalho ou o extrato dele”, declarou.
Dátolo é investigado pelo crime de evasão de divisas, o que pode acarretar em prisão de até seis anos em caso de condenação. Márcio Cezar explica o que deve acontecer durante a apuração do caso por parte da PF:
“Primeiro, ele vai ter que explicar a origem deste dinheiro, que me parece ser da conta dele. Só que a Polícia Federal pode perguntar por que ele optou por mandar por amigos, em espécie. Ele certamente vai provar que o dinheiro é lícito. Mas o fato de não utilizar os meios legais de envio ou não ter feito a declaração prévia, deve caracterizar evasão de divisas. É provável que tenha uma briga judicial por isso”, disse.
“Tudo é possível, mas provavelmente eles vão devolver, embora possam reter esse dinheiro. Esse tipo de crime pode dar até seis anos de prisão”, concluiu.
Argentino volta a ser relacionado
Enquanto a situação envolvendo a Polícia Federal não tem um desfecho, Dátolo obteve liberação da diretoria do Atlético-MG no último final de semana e foi cortado da relação para o jogo contra a Ponte Preta, no sábado (1º). Porém, ele já está relacionado para o confronto contra o Corinthians, nesta quarta-feira (5), e é um dos candidatos a formar o quarteto ofensivo ao lado de Robinho, Clayton e Fred. Para isso, terá que superar a concorrência de Carlos Eduardo e Hyuri.
*Atualizado às 14h00 desta terça-feira (4)
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