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Reforço do São Paulo estava em baixa no Boca e teve fotos íntimas vazadas

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

20/07/2016 06h00

O atacante Andrés Chávez chega ao São Paulo para resolver o problema do setor ofensivo do time que perdeu alguns de seus principais jogadores recentemente: Paulo Henrique Ganso, Calleri e Alan Kardec. Na Argentina, Chávez é considerado um jogador versátil e de qualidade, mas não vivia boa fase no Boca Juniors e chamou a atenção por um episódio recente extracampo em que teve fotos íntimas vazadas na internet.

No começo de sua carreira no Banfied, Chávez se destacou como um legítimo 9: um centroavante forte, alto e goleador. Nos últimos tempos de clube, antes de ser transferido ao Boca, acabou mudando seu posicionamento no clube e passou a atuar mais pelo lado esquerdo. Mas ainda assim se destacou e conseguiu marcar muitos gols.

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Mas quando chegou ao Boca em 2014, Chávez não conseguiu cumprir as expectativas pelo que havia apresentado no Banfield. Ele não se encaixou ao sistema de jogo e não se firmou entre os titulares, especialmente após a chegada do técnico Barros Schelotto, em março deste ano.

Na atual edição da Libertadores, Chávez foi titular em quatro jogos e em apenas dois passou os 90 minutos em campo, de acordo com o site O Gol. Na maior parte das vezes, entrou no segundo tempo e teve poucos minutos para mostrar seu valor. Também só marcou um gol no torneio continental.

O atacante teve mais chances nos jogos do Campeonato Argentino quando o Boca poupava seus titulares para a disputa da Libertadores e usava o time reserva. Em 2016, ele tem quatro gols anotados.

O jornalista Leandro Contento, do Diário Olé, acompanhou de perto a carreira de Chávez e a passagem pelo Boca. Ele afirma que o atleta vivia uma má fase, mas pode crescer sob o comando de Edgardo Bauza.

“No Boca, os técnicos jogavam com os atacantes muito definidos e ele não se adaptou bem ao esquema 4-3-3. Não era uma coisa, nem outra. Não tinha qualidade para ser o 9, nem características para jogar por fora. Ele teve algumas lesões que o atrapalharam também. Mas não é mal jogador, é muito veloz, bom fisicamente e se dava muito bem em jogadas de contra-ataque. Patón Bauza conhece bem os argentinos, creio que possa recuperá-lo para ser titular e se destacar”, analisou o jornalista ao UOL Esporte.

Fora de campo, Chávez mostrou que era bom de grupo. Prova disso é que virou o DJ do elenco argentino e se tornou o responsável por animar o ambiente e tocar a cumbia nos momentos de descontração. Chegou a convidar uma banda especializada no gênero para uma apresentação.

Mesmo sem brilhar em campo, o jogador também conquistou a torcida pelo estilo guerreiro de sempre se doar em campo e se esforçar em todas as bolas. Mais que isso, ele nunca escondeu que era torcedor do Boca desde criança e até jogava com uma pulseira em homenagem ao time.

Leandro Contento conta que Chávez já fez relatos emocionados ao relembrar sua infância como torcedor. Sua maior alegria era quando seu pai, mesmo com dificuldades financeiras, conseguia comprar ingressos para um jogo e viajava com ele da pequena cidade de Salto, a cerca de 200 km de Buenos Aires, até a capital para ver uma partida em La Bombonera.

Fora dos gramados, Chávez é considerado um cara discreto e muito próximo da família. Um exemplo disso é que na comemoração de um título do Boca, ele convidou a mulher e a filha para darem a volta olímpica junto com o elenco. Até hoje, sempre que tem uma folga, ele faz questão de voltar à sua cidade para reencontrar os parentes.

No entanto, um episódio extracampo em 2014 acabou marcando o jogador e virando manchetes dos jornais argentinos. Chávez teve fotos íntimas vazadas na internet por uma travesti, que divulgou as imagens no Facebook. Na época, ele se explicou dizendo a uma rádio local que a questão extracampo não poderia afetá-lo e que havia conversado com a sua família e tudo estava resolvido.