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Leco não aceita demissão, e Ataíde reassume diretoria no São Paulo

Gabo Morales/Folhapress
Imagem: Gabo Morales/Folhapress

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

27/04/2016 17h48

Ataíde Gil Guerreiro voltou a ser diretor de relações institucionais do São Paulo. Dois dias depois de ser expulso do conselho deliberativo do clube e pedir demissão da diretoria que ocupava, Gil Guerreiro foi reconduzido ao cargo pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e aceitou permanecer na atual gestão. A informação foi confirmada ao UOL Esporte pelo presidente.

"Eu não aceitei o pedido de demissão dele, ele continua diretor de relações institucionais do São Paulo. Recebi por e-mail a mensagem dele escrita, com o pedido de demissão anexo e eu nem sequer li, nem abri o anexo. Decidi no fim do dia de ontem e liguei para ele dizendo que minha decisão era de não aceitar a demissão. Falei que queria que ele prosseguisse, e ele se mostrou muito sensibilizado. Ele teve um momento de emoção e de alegria, e aceitou", falou Leco.

Vice-presidente de futebol da gestão Carlos Miguel Aidar, Gil Guerreiro foi o pivô da renúncia do ex-presidente, que deixou o cargo sob denúncias de corrupção. Neste início de 2016, Ataíde comandou a negociação de renovação do contrato de direitos de transmissão para TV fechada com a Globo. "Ainda tem coisas que ele está cuidando que são muito importantes. A maior receita do São Paulo na sua história se deve a ele", afirma Leco. Há um mês Gil Guerreiro deixou o cargo no futebol e assumiu as relações institucionais, para cuidar exclusivamente do contato do São Paulo com outros clubes, federações e emissoras.

Apesar de expulso do conselho, Ataíde ainda pode ocupar a diretoria de relações institucionais porque o cargo não exige que o diretor seja um conselheiro - o diretor de futebol Luiz Cunha e o de marketing Vinicius Pinotti, por exemplo, não são conselheiros.

Aidar e Ataíde foram expulsos do conselho deliberativo do São Paulo na noite de segunda-feira. A comissão de ética presidente por José Roberto Ópice Blum deu parecer sugerindo a expulsão de ambos, que foi referendado pela maioria do conselho. Aidar recebeu parecer pela expulsão devido as denúncias de lesão aos cofres do clube durante sua gestão, entre abril de 2014 e outubro de 2015.

A comissão de ética classificou como "tentativa de homicídio" a agressão do ex-vice de futebol a Aidar no dia 5 de outubro, no Hotel Radisson - na ocasião, Gil Guerreiro relata ter segurado o então presidente pelo pescoço e ameaçado desferir-lhe um soco no rosto, não concretizado. O órgão também repudiou a decisão de Gil Guerreiro de ter divulgado à imprensa a gravação que fez dias antes da briga, na qual Aidar parece propor desviar e repartir a comissão na contratação de um jogador da Portuguesa.

Foi usado contra Ataíde, também, o contrato firmado com o advogado José Roberto Cortez, no qual, segundo Aidar, o ex-vice teria autorizado um comissionamento de 20%. Gil Guerreiro afirma que a contratação do advogado teria comissionamento direcionado a Cinira Maturana, namorada do ex-presidente.