Botafogo e Vasco lutaram por terreno para CTs. E agora veem sonho emperrado
Pouco mais de dois anos após comemorarem a cessão de terrenos pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a construção de CTs, Botafogo e Vasco viram o sonho se tornar uma grande dor de cabeça neste período. Sem condições financeiras para investimentos do tipo, os dois clubes estão com as áreas na Zona Oeste da cidade praticamente intocadas desde que as receberam da administração municipal.
Até mesmo começar as obras é algo complicado. Os terrenos cedidos pela prefeitura são pantanosos e exigem que seja feito um aterramento antes da construção em si. Segundo o Botafogo, por exemplo, o orçamento só para esta parte da operação custaria cerca de R$ 10 milhões. Essa barreira faz com que os times sequer ocupem as áreas.
“Está totalmente parado [o terreno]. Fizemos o orçamento para aterrar, custaria R$ 10 milhões. Não temos esse dinheiro hoje. Não tem como investir nada lá. O Botafogo tem uma dimensão financeira tal que não tenho dinheiro para isso”, explicou o presidente do Alvinegro, Carlos Eduardo Pereira.
“A prefeitura disse que ia dar uma ajuda financeira quando entregou os terrenos, mas isso nunca aconteceu. Nunca sequer tomamos posse do terreno. Não temos como gastar dinheiro com segurança”, completou o mandatário do Botafogo, que reclamou do difícil acesso ao terreno. “Não tem nem rua, não tem nada”, lamentou.
Hoje, o Botafogo treina no campo anexo do Estádio Nilton Santos. Além disso, o clube também deve realizar atividades em General Severiano, que teve seu campo reformado recentemente. O Vasco, por sua vez, já se prepara para um plano B mais modesto para compensar a dificuldade de tirar o CT do papel. O Cruzmaltino está construindo um campo extra em São Januário, situado abaixo da arquibancada, para treinos.
A obra, inclusive, tinha um prazo inicial de conclusão para outubro, mas por conta dos empecilhos financeiros, foi adiada e só deverá ficar pronta ao fim de janeiro de 2016.
Assim como o Glorioso, o Vasco também não descarta o terreno em Vargem Grande, mas encara a questão do terreno pantanoso como um grande empecilho.
"Não é que a gente não queira mais. Porém, com o custo para aterrar aquele terreno nós compramos outro em Vargem Grande", disse um membro da diretoria.
Questionado sobre a situação, o presidente Eurico Miranda não quis entrar em detalhes:
"Não faço promessas. Já fiz um milagre (ele se refere ao fato de ter pago mais de R$ 80 milhões em dívidas do clube). Não vou prometer nada".
A demora também incomoda a própria Prefeitura do Rio. O acordo com os clubes era de que os terrenos seriam cedidos por 50 anos (renováveis por mais 50) com a contrapartida de que os centros deveriam ficar prontos para as Olimpíadas, quando seriam usados como local de treino para delegações estrangeiras.
A exceção nos terrenos cedidos pela prefeitura em 2013 é o Fluminense, que vê as obras de seu CT avançarem em Jacarepaguá. O Tricolor tem como trunfos a melhor localização e o fato de seu vice presidente de projetos especiais, Pedro Antônio Ribeiro, ter financiado a baixos juros a primeira etapa das obras no local.
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