Mano pede seleção mais humilde e coragem para combater a troca de técnicos
Mano Menezes acredita que o futebol brasileiro precisa adotar uma nova postura e quer mudanças na mentalidade dos clubes e da seleção. Para ele, a constante troca de treinadores no Brasil impede o surgimento de novidades no futebol, além de aumentar a insegurança. O técnico do Corinthians também pediu uma seleção mais humilde para recuperar seu espaço no cenário internacional.
“A primeira coisa para cobrar é uma postura mais corajosa. Temos que acabar com a farra de demissão e troca de técnico. Isso tira a segurança de propor algo diferente”, disse Mano em entrevista ao programa Arena, do Sportv.
O treinador usou o exemplo de Ney Franco, que saiu do Flamengo com pouco tempo de trabalho. “Vemos técnicos sendo demitidos com sete jogos. Técnicos renomados como Ney, campeão sul-americano, Copa do Brasil, Série B, Mundial Sub-20. Não se pode discutir a capacidade dele e não se pode demitir com sete jogos. É um desrespeito”, comentou. Mano também propôs que técnicos não possam dirigir duas equipes num mesmo campeonato.
Mano Menezes falou ainda sobre o desempenho da seleção brasileira na Copa. O técnico, que ficou à frente da equipe entre 2010 e 2012, considera que há dificuldade em entender que o Brasil não está mais no topo do futebol mundial.
“Quando se aceita, fica-se mais humilde e a preparação para jogos contra seleções acima da nossa é diferente. Não é mais apenas sentar e analisar. Hoje tem precisão de passe, roubada de bola, vários fundamentos para saber quem está melhor”, ponderou.
Melhor formação e maior exigência com os técnicos são alguns dos caminhos para acabar com os trabalhos a curto prazo no Brasil, destaca Mano. “Não conseguimos mudar e repetir, porque não se consegue manter a equipe em três anos como eles conseguem [europeus]. Não conseguimos chegar aos pequenos detalhes”, alertou.
O técnico elogiou a opção de Dunga, novo técnico da seleção, em convidar auxiliares pontuais para acompanhar a delegação, como o tetracampeão Mauro Silva, mas pediu cuidado com exageros. “Acho interessante por ser uma pessoa de fora que terá menos emoção do dia a dia para melhorar e fazer um contraponto. Mas essas informações devem ficar dentro do trabalho e não se deve criar um canal para discutir essas coisas lá fora”, finalizou.
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