12 contribuições quase secretas de R. Ceni ao dia a dia do São Paulo
Rogério Ceni acumula 24 anos no São Paulo. Viveu como jogador quase um terço de toda a história do clube desde o recomeço em 1935, após a era do São Paulo da Floresta. Os feitos famosos do goleiro e capitão, como os gols em cobranças de falta e a atuação no Mundial de 2005, todos conhecem. No entanto, Ceni acumulou uma série de costumes nas mais de duas décadas no São Paulo que contribuem de forma quase secreta para o funcionamento do futebol são-paulino no dia a dia.
Para conhecer as ações feitas por Ceni sob discrição, o UOL Esporte conversou com jogadores, comissão técnica, dirigentes e funcionários do São Paulo, e encontrou um capitão que serve como pilar de sustentação do departamento de futebol. Rogério Ceni é goleiro, artilheiro, preparador, dirigente, tutor, psicólogo e bombeiro do São Paulo
Aos 41 anos de idade, o goleiro joga a última temporada antes da aposentadoria, no fim deste ano, e deixa todo o clube apreensivo pelo cenário que restará após sua saída. Hoje a presença de Rogério Ceni fora de campo é insubstituível. Veja abaixo por quê:
1- Olho no Reffis
Rogério Ceni frequenta o Reffis do CT da Barra Funda, mesmo quando não está machucado. O goleiro procura sempre saber o andamento do tratamento de cada jogador lesionado do elenco. Sabe o tipo e a gravidade de cada lesão. O goleiro vai ao Reffis para motivar e manter os atletas machucados próximos do convívio do elenco.
2- Pontualidade
Rogério Ceni é pontual. É o primeiro a chegar e o último a sair. E não gosta de atrasos. Ele exige que tanto o elenco como outros funcionários do CT cumpram os horários programados para a semana. Quem sai da linha pode até não levar bronca, mas fica marcado de perto pelo capitão.
3- Impede “panelas”
O goleiro atua contra a criação de panelas no elenco. Entre conversas com diferentes grupos, trabalha para que não se criem rodas restritas de amizade entre jogadores. A atitude é elogiada pela diretoria e vista como fundamental para reduzir as possibilidades de atritos internos.
4- Folga é trabalho
O goleiro não encara a folga apenas como tempo para descansar. É comum encontra-lo na academia do CT da Barra Funda nas manhãs de segunda-feira, quando normalmente o elenco está de folga após jogar no domingo. O treino, que começaria às 16h, para Ceni começa às 9h. O capitão justifica que treina mais para compensar os 41 anos de idade e evitar lesões. Para a diretoria, comportamento exemplar que influencia positivamente os companheiros.
5- Apaga incêndios
Isso não acontece em todos os casos, mas Ceni intervém em atritos entre dois jogadores ou entre um jogador e um membro da comissão técnica. O goleiro não é orientado pela diretoria a fazer isso, mas atua por conta própria quando julga necessário e oportuno.
6- Aponta reforços. E conversa
A diretoria dá a Rogério Ceni a liberdade para sugerir contratações. O goleiro vê futebol, pensa em ficar no esporte e até se tornar treinador depois de se aposentar, e costuma levar alguns nomes aos dirigentes do departamento de futebol. Se convence, tem aval também para conversar com o alvo da diretoria e sondar a transferência para o São Paulo.
7- Dicas aos zagueiros
Os jogadores que jogam na linha de defesa do São Paulo não encerram o aprendizado tático no campo e nas palestras de Muricy Ramalho. Rogério Ceni também conversa com os defensores nas concentrações para ajustar detalhes como posicionamento em bolas paradas e saídas de jogo.
8- Recepção a contratados
A tradicional foto de Rogério Ceni cumprimentando cada novo reforço do São Paulo, sempre publicada pelo site do clube, não é fachada. O goleiro realmente recepciona cada reforço que se transfere ao clube. A diretoria diz que tal costume de Ceni alivia os dirigentes de papel importante, ao introduzir novos atletas ao clube e aos demais companheiros.
9- Aula aos garotos
O goleiro não vai ao CT de Cotia para conversar com os jogadores das categorias de base do São Paulo, mas trabalha pela ambientação de cada jovem que é promovido ao time profissional e passa a treinar na Barra Funda. As “aulas” aos garotos, como Gabriel Boschilia e Ewandro, que atualmente despontam com Muricy Ramalho, acontecem nos trajetos de ônibus para os jogos, nas concentrações e após os treinos.
10- Negocia bichos. E fala pelo elenco
Ceni representa o elenco nas negociações com a diretoria pelos “bichos” – premiações pontuais previstas para vitórias em determinados jogos e conquistas de títulos. Serve também como elo entre os jogadores e os dirigentes. Sempre que há reivindicação dos vestiários, é o capitão que leva o diálogo até a diretoria.
11- Por reservas motivados
Os jogadores que costumam ficar no banco de reservas e às vezes nem são relacionados para os jogos – e consequentemente não participam das concentrações – relatam um Rogério Ceni próximo. O goleiro conversa brevemente com aqueles que vez ou outra não são lembrados pelo treinador e vivem momento negativo. Ceni tenta apontar o que cada um deve aprimorar e qual demanda deve atender para encontrar vaga entre os titulares.
12- Auxiliar técnico
A prancheta tática não é só do treinador, do auxiliar e de Milton Cruz. Rogério Ceni hoje exerce função próxima à comissão técnica e tem autonomia para apontar falhas e acertos do sistema tático, principalmente no setor defensivo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.