Cozinhar é um hobby de Ceni. Veja o que o goleiro gosta de fazer em casa
Todos os dias, Rogério Ceni chega duas horas antes do treino do São Paulo e é o último a ir embora. Às vezes dorme em um quarto só seu no CT para evitar o trânsito da manhã. A amigos, já confessou que ali é sua casa. O ídolo vive o São Paulo. A ponto de, mesmo lesionado, alugar um avião para assistir a um jogo do time no interior de Minas Gerais.
Dedicado à exaustão, disciplinado ao extremo. Esse é o Ceni que todos conhecem. Mas o que faz o ídolo fora do São Paulo, nos momentos de folga? Amigos e familiares são unânimes em dizer que leva uma vida simples, caseira. E dedica todo o pouco tempo disponível à esposa Sandra e às filhas gêmeas Clara e Beatriz, de nove anos.
É em uma bela casa em uma rua tranquila do bairro Morumbi, Zona Sul de São Paulo, que o 'mito' passa a maior parte do tempo. Brinca com as filhas, assiste a filmes, ouve música, toca violão e guitarra e tem seus momentos de Mestre Cuca. É elogiado por ser um bom chefe de cozinha, especialmente quando o prato principal é churrasco.
“Ele faz um churrasco muito bom. E ele não pode só fazer. Ele faz e serve. A picanha é a especialidade, uma delícia”, conta o pai Eurides Ceni, que cuida da fazenda da família em Sinop, interior do Mato Grosso. É também lá que são pescados os peixes preparados pelo ídolo. “Ele faz um peixe delicioso, o melhor que já comi”, conta o amigo e auxiliar do São Paulo, Milton Cruz.
Rogério Ceni não economiza quando o assunto é comida e gosta da boa mesa. Quando sai de casa, um de seus programas preferidos é jantar com a família. De acordo com pessoas próximas, vai a bons restaurantes paulistanos como o espanhol Don Curro e o Praça São Lourenço. Sua maior paixão, no entanto, é a comida japonesa.
Ele frequenta há 14 anos o restaurante Yoko do amigo Rafael Flores, no Morumbi, desde que a nutricionista do São Paulo indicou o local. Flores conta que o jogador aparece por lá quase semanalmente ou pede que a comida seja entregue em casa. “Se ele puder, ele come todo dia. Às vezes passa aqui indo para a concentração ou voltando do treino. Senta em uma mesa reservada ou no balcão. Muita gente nem vê que é ele. Mas quando é reconhecido, é educado com todo mundo”.
Ceni gosta do temaki de salmão e dos sashimis, mas também merece um prato um pouco mais rebuscado do amigo. “Eu faço um carpaccio de salmão com azeite trufado que ele gosta muito. Mas as filhas não comem cru, comem um frango à milanesa”.
É exatamente na comida que Rogério se permite algumas escorregadas. “Ele é chocólatra. Às vezes a gente viaja, ele passa no Duty Free e sempre tem aqueles chocolates diferentes. Ele logo fala: pega lá um chocolatinho”, conta Milton Cruz.
Um outro amigo revela que já até levou algumas guloseimas escondidas para a concentração. O chocolate Bis é o preferido. Mas depois de passar dos 40 anos o goleiro parece estar mais preocupado em manter a forma.
“Ele é um pouco metódico para comer o chocolate. Ele compra a caixa de Bis e estipula quantos pode comer, aquilo não pode ser alterado. Se ele estipular que vai comer 20 e te der um, vão sobrar só 19. Aí foge da logística que ele programou. Por isso, ele costuma comprar duas caixas”, revela um amigo do goleiro.
Ovacionado pela torcida do São Paulo, alvo de todas as câmeras e holofotes da imprensa, assediado nas ruas. Toda a exposição da sua carreira Ceni deixa de lado quando o assunto é a vida pessoal. Avesso a badalações, gosta de ficar em sua casa, que não costuma ser frequentada por boleiros. Tem poucos e bons amigos. Preocupado com a segurança da família, toda pessoa que deixa a mansão é escoltada por seguranças em um carro, dizem os parentes próximos.
As saídas escassas geralmente são dedicadas a um jantar ou a um show de rock no Morumbi. Mas só se gostar muito da banda. “É raro, mas de vez em quando ele vai a um show, tipo do AC/DC que ele adora. Vai até a pé porque é do lado de casa. Mas vai de boné para passar despercebido”, conta Milton Cruz.
Quando aparece em um aniversário, sua presença é comemorada. “É difícil ver o Rogério Ceni sair. A maior alegria que tive na vida foi ele ir ao aniversário do meu filho Romarinho. Foi uma honra e uma alegria enorme. Eu gosto mais do patrão que de mim", brinca o amigo e atacante Aloísio, que jogou com o goleiro em 2005.
Até no bairro onde mora, Ceni é raramente visto. Empregados das casas vizinhas e seguranças das casas próximas a sua contam que algumas vezes ele sai para caminhar com as filhas e compra um jornal na banca mais perto.
O dono de uma Kombi que vende flores no local diz que o goleiro já fez compras em duas datas especiais. Na comemoração do Dia das Mães e do Dia Internacional da Mulher, comprou orquídeas roxas e rosas vermelhas para a esposa Sandra.
A sogra, dona Filomena, carinhosamente chamada de Filó, também recebe mimos do ídolo. Ceni perdeu a mãe ainda adolescente e encontra muito apoio na família da esposa. “Ele foi muito garoto para o São Paulo e começou a namorar com uns 18, 19 anos. Foi muito bem acolhido pela família dela”, conta o pai Eurides. "Ele até a chama de mãe", diz um funcionário do jogador.
Apesar de priorizar a família, nas horas vagas o goleiro faz jus à fama de workaholic e se preocupa, claro, com futebol. "Mesmo quando não está trabalhando ele é muito ligado em futebol. Ele assiste aos jogos, comenta, aí no dia seguinte fala: 'Você viu tal jogador? Você gostou? Eu gostei'. Eu fico impressionado com a dedicação dele. Igual ao Rogério não existe", diz Milton Cruz.
Outra ocupação que toma o tempo do atleta são as aplicações financeiras e investimentos. Familiares e amigos são unânimes em dizer que o goleiro foge bastante do estereótipo do jogador de futebol. Não gosta de coisas caras e passa longe do consumismo. Ao contrário. Quando o assunto é dinheiro, é extremamente controlado. "Ele tem um escorpião no bolso", conta um amigo.
O conselheiro do São Paulo e vereador Marco Aurélio Cunha tem opinião semelhante. "Eu diria que ele procura o melhor preço. E ninguém dá nó nele não. Ele é muito entendido do assunto".
O 'dom', segundo o pai, vem desde a época da adolescência quando Rogério trabalhou em um banco em Sinop. "Ele era menino, tinha uns 13, 14 anos e já trabalhava no banco. Como ele era pequeno, não podia fazer muita coisa, mas já auxiliava no setor de agronegócio. Acho que essa noção vem de lá".
Responsável 24 h por dia, Rogério só esquece da vida mesmo nas férias. Todo ano divide o raro momento de folga em duas viagens. Vai com a família para Miami, nos Estados Unidos, onde tem casa, e para a fazenda do pai em Sinop.
"Lá ele faz o que tem vontade, passa tempo com as filhas, vê um filme, faz caminhada, joga um voleizinho, joga tênis, baralho, joga uma bolinha, ele joga tudo. E bem. Nasceu para ser esportista", conta o pai coruja provando que nem assim o filho desliga do trabalho.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.