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Votação apertada revela dilema de eleitores para escolha da Bola de Ouro

Fernando Duarte

Do UOL, em Zurique (Suíça)

14/01/2014 07h41

A edição de 2013 da Bola de Ouro foi a mais disputada em termos da participação dos três finalistas na divisão dos votos. Tanto Cristiano Ronaldo quanto Lionel Messi e Franck Ribéry conseguiram fatias de menos de 30% dos votos. O que sugere que o colégio eleitoral formado por técnicos, jogadores e jornalistas se viu num dilema sobre o que deveria valer para tomar uma decisão: o individualismo, o altruísmo ou o carisma.

Se considerados meramente os números individuais que tanto torcedores quanto comentaristas gostam de priorizar, Cristiano Ronaldo era uma escolha indiscutível com seus 69 gols em 59 partidas, que tiveram um impacto ainda maior num ano em que Lionel Messi sofreu lesões e seu Barcelona foi massacrado pelo Bayern de Munique na Liga dos Campeões. O português, no entanto teve 27,9% dos votos.

Apesar dos problemas, 2013 foi um ano para Messi ainda capaz de causar inveja aos adversários. Foram 45 gols e 47 partidas, incluindo um desempenho nas eliminatórias sul-americanas para a Copa que enfim respondeu às críticas de que Messi dependia demais de sua zona de conforto no Barcelona. Sua postura bem menos espalhafatosa que a de Ronaldo e o conjunto da obra foram suficientes para que ele quase conquistasse sua quinta bola de ouro. Teve 24,7% dos votos e perdeu o troféu para o português por apenas 160 pontos.

A inclusão de Franck Ribéry foi um dos pontos mais interessantes da Bola de Ouro de 2013. Um dos destaques do Bayern de Munique “campeão de tudo”no ano passado, o francês não conta com o mesmo apelo global de Ronaldo e Messi e pegou carona no prestígio do trabalho coletivo na Alemanha para ficar entre os finalistas. Dos três jogadores, porém, Ribery é o que teve melhor aproveitamento de passes, assistências, roubadas de bola e desarmes, numa participação bem mais “altruísta” que o de Ronaldo e Messi. Ribery recebeu 23,3% dos votos.

Esse dilema poderá ficar ainda mais interessante num 2014 em que a Copa do Mundo terá um peso óbvio nas discussões. Independentemente de algum dos três jogadores ganhar ou não o torneio.