Fifa defende ex-jogador que revelou ser gay e diz combater preconceito
A Fifa divulgou nesta quinta-feira (9) uma mensagem de apoio ao jogador alemão Thomas Hitzlsperger, que revelou ser homossexual em entrevista ao jornal Die Zeit. Hitzlsperger, de 31 anos, disse que fez a revelação para contribuir com o debate em torno da presença de homossexuais no esporte profissional, um assunto considerado tabu.
“A FIFA apoia a decisão de Thomas Hitzlsperger de anunciar publicamente sua orientação sexual. Infelizmente, preconceitos ainda existem no futebol. A Fifa trabalha duro para impedi-los e espera que as declarações de Thomas incentivem mais respeito e compreensão, no futebol e fora dele”, escreveu a entidade.
“Por muitos anos, a Fifa tem assumido uma posição firme contra qualquer forma de discriminação, inclusive sobre orientação sexual, como está definido em seus estatutos e recentemente foi fortalecido pela resolução do Congresso da Fifa na luta contra o racismo e a discriminação”, concluiu a Fifa.
Na resolução citada, a entidade estipulou que os organizadores de competição tenham um plano de ação e um oficial especialmente designado para identificar ofensas ligadas a racismo, que seriam punidas com sanções financeiras e esportivas e incluem até a possibilidade de perda de pontos da equipe infratora.
No ano passado, a federação alemã de futebol lançou uma cartilha que incentivava os jogadores homossexuais a saírem do armário. "Futebol e Homossexualidade", de 28 páginas, foi distribuída com o objetivo de ajudar esses atletas a ter coragem de se assumir. "Qualquer jogador da Bundesliga ou de ligas menores que reconheça publicamente ser homossexual pode contar com nossa ajuda", disse à época o presidente da entidade, Wolfgang Niersbach.
“Processo difícil”
Hitzlsperger contou ao Die Zeit que descobriu recentemente sua homossexualidade. "Foi um processo longo e difícil. Só nos últimos anos me dei conta de que eu preferia viver com outro homem", revelou.
Nesta quinta-feira, o alemão conversou com a BBC e falou sobre as contradições entre a imagem que as pessoas têm de um jogador gay e a realidade.
"Já ouvi pessoas dizerem que no futebol profissional você tem que ser forte e poderoso, e acham que ser gay não é isso. Que você é o oposto: que é mole, que não gosta de dar carrinho, que é fraco", disse o ex-jogador.
"Mas quando vejo o meu caso, eu era apelidado de 'O Martelo' porque tenho um chute forte com a esquerda e sou forte. Eis ai uma contradição. Por que as pessoas acham que ser gay é ser fraco? Eu acho que provei o contrário."
Ele também apoiou a cartilha divulgada em seu país. “Eu diria que a federação alemã já faz bastante”, opinou Hitzlsperger, que se aposentou no último mês de setembro após sofrer com várias lesões.
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