Marin se irrita com pergunta sobre morte de Vladimir Herzog e diz que irá à Justiça
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, interrompeu uma entrevista coletiva do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo para fazer um “desabafo”. Questionado sobre sua suposta participação na prisão do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura, Marin irritou-se, disse que irá à Justiça e lançou um desafio.
“Desafio que alguém traga algum documento que comprove que eu tenha feito qualquer menção a essa pessoa [Vladimir Herzog]”, afirmou ele. “Existe uma parte de um discurso feito na Assembleia [Legislativa de São Paulo] em 1975, mas não há qualquer relação com o jornalista.”
O filho de Vladmir Herzog, Ivo Herzog, lançou na internet um abaixo-assinado pedindo a saída de Marin da presidência da CBF por causa de sua relação com o governo militar. Marin chegou a ser governador de São Paulo durante o regime ditatorial.
Visivelmente incomodado com a pergunta sobre o assunto, Marin usou um discurso efusivo para negar qualquer ligação com a morte de Herzog. Disse que isso é uma “calúnia, infâmia e mentira”.
Afirmou, inclusive, que vai discutir o tema nos tribunais. “Isso vai ser discutido exclusivamente na Justiça, na Justiça e somente na Justiça”, enfatizou.
Marin também aproveitou para comentar as críticas feitas a ele pelo ex-jogador e agora deputado federal Romário na sessão em que o parlamentar assumiu a presidência da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Romário disse que ele não é digno de presidir a CBF.
Marin afirmou que também deve processar o deputado por suas declarações. Disse que Romário quer criar polêmica em um momento em que o país está focado na sua preparação para a Copa das Confederações e Copa do Mundo.
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, estava na mesma entrevista coletiva. Foi questionado sobre o ambiente político na CBF. Não comentou. Só disse que isso não atrapalhará a Copa.
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