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Raphinha falha onde é sempre elogiado por Tite e vê jejum gerar ansiedade

Raphinha, durante partida entre Brasil e Coreia do Sul - Xinhua/Chen Cheng
Raphinha, durante partida entre Brasil e Coreia do Sul Imagem: Xinhua/Chen Cheng
Gabriel Carneiro, Igor Siqueira, Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha (Qatar)

07/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Quando chegou à seleção brasileira, Raphinha não estava entre os jogadores mais conhecidos do público. Com passagem apenas pela base no futebol brasileiro, ele impressionou a comissão na época em que jogava pelo Leeds United, da Inglaterra, por causa da qualidade na finalização. Quatro jogos depois na Copa do Mundo, o atacante tem visto sua principal característica ser questionada.

No total, ele teve oito finalizações na competição, sendo ao menos três bem claras, e não conseguiu vencer os goleiros rivais em nenhuma delas, o que assusta seus companheiros no dia a dia em Doha. Ficou claro que, contra a Coreia do Sul, pelas oitavas de final, os colegas queriam que ele fizesse, enfim, o gol. Foram cinco tentativas, nenhuma bem-sucedida.

"Cara, tem que sair. Confesso que estou um pouco ansioso pelo meu gol, mas isso não muda minha cabeça no jogo. Vou dar meu melhor pela seleção. Se eu marcar, ficarei feliz. Mas o mais importante é a classificação", disse o atleta, após a vitória que garantiu o Brasil nas quartas de final.

Recentemente contratado pelo Barcelona, Raphinha passou a jogar menos por conta da concorrência com o francês Ousmane Dembelé, mas nunca perdeu a confiança da seleção, justamente pela capacidade de finalizar, por cumprir funções táticas pedidas por Tite e, claro, por aproveitar as chances que teve com a Amarelinha, onde já fez cinco gols.

Em treinos, é comum a comissão técnica passar o treino inteiro de finalizações admirada pela qualidade na hora dos chutes. Se a bola não entra, ela sempre vai no alvo.

É por isso que a falta de gols na Copa chama a atenção. Contra a Sérvia, na estreia, ele perdeu dois gols cara a cara com o goleiro adversário e, já naquela partida, admitiu frustração quando foi questionado sobre o sentimento de ter desperdiçado duas chances claras.

Já diante da Suíça, ele teve apenas uma chance, mas também não conseguiu balançar as redes. A partir dali, passou a ser um dos jogadores mais questionados do ataque da seleção. Na comissão, o entendimento é que ele estava cumprindo um papel importantíssimo de voltar até a linha defensiva para ajudar seus companheiros, especialmente quando o time estava sem a bola.

Contra Camarões, Raphinha podia ter visto, do banco de reservas, Antony passar à frente na briga pela vaga. O atacante do Manchester United, no entanto, não aproveitou a oportunidade. Por isso, contra a Coreia, ele voltou a ser titular, vaga que vai continuar tendo nas quartas de final diante da Croácia, sexta-feira (9), às 12h (de Brasília).